24 maio, 2006

A ceia dos cardeais

Depois de algum tempo a procura, la consegui apanhar tão bela poesia que passo a transcrever.

A ceia dos Cardeais
Julio Dantas

Em que pensa, cardeal?
CARDEAL GONZAGA, como quem acorda, os olhos cheios de brilho, a expressão transfigurada

Em como é diferente o amor em Portugal!
Nem a frase subtil, nem o duelo sangrento...
é o amor coração, é o amor sentimento.
Uma lágrima... Um beijo... Uns sinos a tocar...
Um parzinho que ajoelha e que vai se casar.
Tão simples tudo! Amor, que de rosas se inflora:
Em sendo triste canta, em sendo alegre chora!
O amor simplicidade, o amor delicadeza...
Ai, como sabe amar, a gente portuguesa!
Tecer de Sol um beijo, e, desde tenra idade,
Ir nesse beijo unindo o amor com a amizade,
Numa ternura casta e numa estima sã,
Sem saber distinguir entre a noiva e a irmã...
Fazer vibrar o amor em cordas misteriosas,
Como se em comunhão se entendessem as rosas,
Como se todo o amor fosse um amor sòmente...
Ai, como é diferente! Ai, como é diferente!

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Que beleza, que expressão!

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços!

Miro

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