30 março, 2006

Pressupostos

Parece que é interminável a maneira das pessoas agirem por pressupostos, e a partir desses pressupostos decidirem e julgarem os outros. Quando nao se sabe bem a vida dos outros, é dificil podermos ajuizar se eles nos estão a dar o melhor deles ou não, e é também muito dificil saber até que ponto as pessoas se dedicam a outras, quando desconhecem os sacrificios que fazem para tentar manter o equilibrio com os que os circundam. Já por mais que uma vez, verifico situações de julgamento precipitado, e, muitas vezes, quando tudo damos aos outros, ainda assim, os outros a quem damos, acham que nao fizemos nada, ou pelo menos o suficiente. Vou dar como exemplo a minha relação com os meus pais, para que assim possa descrever mais á vontade o que pretendo, sem correr riscos de mal entendido.
Os meus pais, são pessoas muito humildes, que nao me puderam dar nada em termos de valores materiais, nunca me puderam dar prendinhas caras, nunca me puderam vestir e calçar com o que havia de melhor, nunca me puderam dar dinheiro para ir ao cinema quando queria, para ir as discotecas, ou para passar fins de semana onde me apetecia. Não podiam, porque os fracos recursos económicos não lho permitiam, e porque a vida na minha infancia, era extremamente dificil. O meu pai, para me educar, muitas vezes me deu açoites, me deu grandes tareias, me bateu, pois eu era uma criança difícil, muito irreverente, e muito inpulsiva, e, uma das vezes, tinha eu recebido o meu primeiro subsidio de férias (com 14 anos), queria ir uns dias de férias, e ele bateu-me com toda a força que tinha, e, embora eu nessa altura ja tivesse corpo e força para pegar nele por baixo do braço, fiquei em sentido e só lhe dizia que quando ele achasse que ja estava suficientemente punido, me deixasse ir embora. É claro que nessa idade, nós somos os donos do mundo, e sabemos tudo da vida, e pensamos que ninguem mais tem nada para nos ensinar, mas eu depressa soube, que o meu pai apenas estava preocupado comigo, pois se eu fosse de férias sozinho, seria fácil aparecer um marginal e maltratar-me, e ele apenas queria proteger-me, embora nao o tivesse feito da melhor maneira, nunca guardei comigo sentimentos contra ele, porque também sabia que o amor que ele me tinha é que fazia com que exactamente ele procedesse dessa maneira. Quando eu disse que os meus pais nao me puderam dar nada materialmente, não quis de forma nenhuma dizer que nao me deram nada, antes pelo contrário, deram-me imenso amor, deram-me imensa sabedoria, deram-me imensa moralidade, deram o que tinham para me dar, e, que eu sempre recebi com humildade e muito amor, pois ainda hoje é o dia em que quando me sento a conversar com eles, e relembramos a minha infancia, nos rimos e nos embaraçamos mutuamente, pelos excessos que ambos cometemos, porque se os pais nao teem livros que ensinem a ser bons pais, os filhos também não teem livros para ensinar a lidar com os pais. Hoje em dia, os filhos, apesar de muita formação académica, podem ter quase tudo, e mesmo que os pais abdiquem deles proprios para que os seus filhos estejam bem, nunca fazem o suficiente, pois nao os deixam com mordomias, ou com lugares ao sol, e tornam-se ingratos, maldicentes, injuriosos, e as vezes, para além de mal educados, nao fazem uso do mais basico dos mandamentos, que é honrarás a teu pai e tua mãe, e fazem o inverso, julgando e fazendo com que os pais se sintam farrapos humanos, porque tudo fizeram por eles, no entanto eles nunca estão satisfeitos. Lembro aqui aos pais que sofrem, que a nossa obrigação moral, é manter os filhos e apoia-los até a idade adulta, facultando-lhes a aprendizagem, e a sua evolução, e não é sustentá-los e aos seus caprichos durante o tempo que eles querem. Por outro lado, lembrando uma amiga minha que é mãe recente, e que há bem pouco tempo se privou de muitas coisas para que a filha estivesse bem e nao lhe faltasse nada, mas como é normal, a filha é criança, provavelmente e Deus a ajude, nunca irá saber que a mae passou essas dificuldades, assim como há pais que tudo fazem pelos filhos, e que são capazes de dar os ultimos dinheiros que teem no bolso, e mesmo assim, são considerados crapulas. O grande diferença é que quando estava na tropa, as vezes sem comer dois ou tres dias, pedia ao meu pai para me mandar dinheiro dse pudesse, e ele coitado, as vezes ia pedir para me poder mandar 500$00 para eu poder desenrascar-me, e embora só lhe pedindo em ultima estancia, sabia que ele estava a fazer um esforço enorme, e sempre lhe agradeci o que ele fez por mim, e nunca mas nunca na minha vida de 50 anos, lhe faltei ao respeito, lhe disse coisas injustas, lhe fiz sentir que ele nao fez o melhor que podia e sabia. A ele devo tudo o que sou e o que sei, a ele e á minha mãe, devo a sabedoria e o amor que distribuo a quem quer receber e tem humildade por isso, e, lamentavelmente, nao consigo mesmo assim ser tão duro como o meu pai no que respeita a exigir que o respeitem, pois quem lhe falta ao respeito ele nao da hipoteses, e só posso dizer que ele é que está certo.
Para os aqueles que entemdem o que tento explicar é que o que se passa em relacção aos filhos, passa-se em relacção as relacções entre pessoas, e se tivermos moralidade, educação e humildade, sempre conseguimos perceber que os juízos que as vezes fazemos dos que deram tudo por nós, são errados, e cometemos erros de palmatória, com aqueles que se esforçaram por nos ver bem.

Já agora vale a pena pensar nisto

beijos a quem é de beijos

29 março, 2006

Peneirar

Talvez a maioria das pessoas nao conheça o termo, e pensem que peneirar é ter peneiras, mas, nao se trata de vaidades, mas sim de filtrar, de "passar a pente fino", de separar, ou seja, separar uma determinada coisa de outra. A peneira, que também se pode chamar crivo, serve exactamente para separar o que se pretennde do que não se pretende. Hora, nestes últimos dias, tenho verificado que a peneira esta a trabalhar, e que de facto aparecem as pessoas que depois de filtradas e de passarem pela peneira, se voltam a juntar aos pedacinhos, tal como a família que se estava a contruir, até que as ondas negativas fizessem turbilhões para destruir o que demorou a ser construído.
Naturalmente que estas coisas que acontecem e que momentaneamente e que separam as pessoas, servem também para se verificar e produzir a depuração, e separar o trigo do joio, e portanto, a família fica mais fortalecida, porque entretanto, deixamos de ter tanto joio no seio do nosso trigo, e poderemos se calhar estar mais felizes, porque estamos a cimentar amizades com melhores alicerces, portanto mais sólidas.
Devagarinho tudo se depura, seja na nossa vida pessoal, seja na nossa vida profissional, e, embora as vezes demore, acabamos por verificar que estavamos cercados de muita gente boa, mas com muitas ervas daninhas a estragar o desenvolvimento de amizade fraterna, e de relações melhores.
Este último mês tem sido particularmente feroz na mostragem do que tenho de bom e de mau a minha volta, e, sem que eu tenha feito nada por isso, tudo se revela, até a malcriação de quem nos devia ter respeito pela afinidade. Mas é mesmo assim, e teremos de aprender a viver com isso, e com essas mazelas, de pessoas que por saberem algumas coisas, pensam que podem dizer o que lhes apetece sobre as outras, e tecerem opiniões como se tivessem ja todo o conhecimento do mundo, e ja nao precisam de aprender mais nada, e nem respeitar os que ja passaram por la, e nunca faltaram ao respeito a ninguém. Tudo se acerta, e, se antigamente eu ficaria desolado, e desfeito, hoje a luz do que vou aprendendo, sei que ninguém é "nosso" e tudo nos é emprestado, seja para ajudar-mos a evoluir, seja para transmitir-mos valores, e, se em vez de quererem receber os valores do amor e da ternura, e antes pelo contrario pretendem os valores materiais, e só o material lhes interessa, então, lamentávelmente nao fomos capazes de conseguir demover e de educar bem os que nos rodeiam, ou, os que tentamos ou prometemos educar, e, se eles optaram por outros caminhos, nao pode ser responsabilidade nossa sobre esse aspecto.
Se por acaso se desvirtuam de serem cordiais, e de serem educados e respeitar os outros, então, se nas pequenas coisas nao são capazes de se modificarem, como serão capazes de chegar as grandes?
Um bem hajam e ja agora... vale a pena pensar nisto

28 março, 2006

E a verdade assumiu-se

É engraçado como sempre dizemos que "a verdade é como o azeite, e vem sempre ao de cima" mas, quantas vezes, esperamos sentados e demora uma eternidade, mas outras alturas, quando ainda pensamos que se calhar nao demos o benefício da dúvida a alguém, e as vezes ficamos com a sensação que exageramos nas nossas analises, e logo de seguida, levamos com a mais cruel verdade em cima, para que exactamente nao tenhamos dúvidas da crapulice que somos sujeitos, e da maldicencia que na sombra foi tendo forma em muitas direcções, e que, apanhando muitas almas desprevenidas, la criaram mais uma vez situações em que essas almas, ficaram envolvidas pela mentira, e portanto, levadas a crer em montes de situações desprezíveis, tal como os seus autores são. Esperava que demorasse de facto mais tempo, mas qual o meu espanto, dei por mim a ouvir coisas que noutras alturas me fariam sair do sério e dar meia duzia de chapadas, hoje me fazem ter pena dessas pessoas, pois são tão pequeninas e tão pobres de espírito, que em vez de me fazerem ter vontade de lhes dar uns correctivos, me fazem ter pena deles, uma vez que ainda terão muito que sofrer para chegarem a algum lado. Aproveito para dizer que infelizmente a quem nao entende destas coisas, que quanto mais denegrirem as outras pessoas, que ainda por cima abriram o peito para vós, mais a vossa vidinha se encarregará de por tudo nos eixos, e como isto esta a ser muito rápido, contem que... não tarda a receberem com juros e correcção monetária tudo o que fizerem, uma vez que aquilo que semeamos é pela certa o que colhemos, pois nunca vi ninguém semear milho, e colher trigo, logo se semearem mal, nao podem colher o bem, e, a sementeira é livre, ou seja, podemos semear o que quisermos, mas,a colheita não, a colheita é obrigatória, porque nao é permitido semear milho e colher uma espiga de oiro, ou seja se semeares um grão, recebes uma espiga, se ela é boa ou má, depende do que semeas-te!

Já agora, vale a pena pensar nisto!

Beijos a quem é de beijos e abraços a quem é de abraços, quanto aos hipócritas, por favor façam de conta que nao me conhecem, porque como digo em cima, estou farto de hipocrisia!

24 março, 2006

Hoje é verdade

Se o azeite nao subisse
acima de toda a agua
a verdade se sumisse
da salvação... nem a tábua

são certos esses provérvios
que nos ditou nosso povo
e sem mandar avisos prévios
nos dizem tudo de novo

parece que esquecemos
as lições que recebemos
e por isso repetimos
os erros que cometemos

não é fácil mudar vicios
muito menos os morais
porque ficam os resquicios
das maldades que lembrais

e se temos oportunidade
de então tudo mudar
só um tolo em verdade
nao a irá aproveitar

pois temos todos um dia
de ser sempre exemplar
por isso eu bem queria
meus defeitos eliminar

mas como nao sou perfeito
nem tenho sempre razão
ja me dou por satisfeito
de ouvir meu coração

e do afecto que tenho
e que dou a toda a gente
fico alegre me contenho
se consigo ser diferente

miro

18 março, 2006

Hipocrisia, veneno com sabor a mel

Hoje de manha, li este texto, que me deixou mesmo satisfeito, por ir de encontro ao que ja escrevi várias vezes e que dá que pensar, por isso, leiam e meditem e olhem a vossa volta, e nao se esqueçam que o bom antiodoto é mesmo estar de bem com Deus, e saber pedir protecção!
...
......
...............
............................

Pelos Espíritos endurecidos
75. PREFÁCIO. Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, quer obsidiando-os quer exercendo sobre eles qualquer influência funesta. (Cap. X, n° 6; Cap. XII, n° 5 e n° 6.)
Duas categorias há bem distintas de Espíritos perversos: a dos que são francamente maus e a dos hipócritas. Infinitamente mais fácil é reconduzir ao bem os primeiros do que os segundos. Aqueles, as mais das vezes, são naturezas brutas e grosseiras, como se nota entre os homens; praticam o mal mais por instinto do que por cálculo e não procuram passar por melhores do que são. Há neles, entretanto, um gérmen latente que é preciso fazer desabrochar, o que se consegue quase sempre por meio da perseverança, da firmeza aliada à benevolência, dos conselhos, do raciocínio e da prece. Através da mediunidade, a dificuldade que eles encontram para escrever o nome de Deus é sinal de um temor instintivo, de uma voz íntima da consciência que lhes diz serem indignos de fazê-lo. Nesse ponto estão a pique de converter-se e tudo se pode esperar deles: basta se lhes encontre o ponto vulnerável do coração.
Os Espíritos hipócritas quase sempre são muito inteligentes, mas nenhuma fibra sensível possuem no coração; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar a confiança, e felizes se sentem quando encontram tolos que os aceitam como santos Espíritos, pois que possível se lhes torna governá-los à vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, serve-lhes de máscara para encobrirem suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque atuam na sombra, sem que ninguém disso desconfie; têm apenas as aparências da fé, mas fé sincera, jamais.

.....
..........
.................
...........................


Pensem e meditem, um beijo a quem é de beijos e abraço a quem é de abraço

Miro

15 março, 2006

Escolhas

Na nossa vida todos os dias temos de fazer escolhas, e ás vezes, influenciados pelo nosso ego, decidimos ir pelo caminho que nos parece mais fácil e racional, e nao procuramos pensar bem no que estamos a fazer. Quantas vezes, esforços feitos durante anos, se deitam fora por termos feito escolhas desapropriadas, ou erradas, sem que as vezes nos dessemos conta, quando elas se nos depararam. As escolhas, como disse, temos de as fazer dia a dia, e, como sabemos que todos os dias devemos decidir, quer seja na nossa vida privada, quer seja na nossa vida profissional, deveríamos fazer também outras coisas que não fazemos, como por exemplo o balanço diário do que andamos a fazer, e se estamos a fazer bem. Se pensarmos um pouco, e pararmos meia hora por dia ou ate menos, para meditarmos um pouco no que andamos a fazer, e nas decisões que tomamos, se calhar, teríamos uma visão mais concreta do que andamos a fazer, e se o nosso ego não nos anda a pregar partidas, que sem dar-mos conta, embarcamos nas decisões que menos bem nos fazem.
É fácil usar-mos de comparações com os que nos rodeiam, é fácil avaliar-mos os outros (as vezes muito mal) porque achamos (o nosso ego e traiçoeiro) que somos melhores que A, ou que B, e que se A, esta de tal maneira, então eu poderia estar também ou ainda melhor porque sou melhor que ele, quando de facto, na maioria das vezes, é um erro crasso que cometemos, exactamente porque a humildade que assiste aos que são de facto bons, nos tolhe os sentidos, e só porque são simples e humildes, ja achamos que somos parecidos, ou até melhores que eles, quando as vezes sem dar-mos conta estamos a anos luz de distância, e teremos ainda um longo caminho a percorrer para lá chegar.
Essa avaliação errada, cega-nos, e na maioria das vezes leva-nos a fazer as opções erradas, e escolher os caminhos do ego, que por sua vez, nos enebria, e que nos leva a pensar, que afinal somos maiores do que o que nos fazem querer, mas ao mesmo tempo, subimos a um pedestal que é cheio de armadilhas, e é feito de canas podres, que quando damos por ela, caímos, e levantarmo-nos será sempre e cada vez mais dificil, pois cada dia que passa, perdemos resistencia para nos reerguermos.
É tão fácil alguém espevitar os nosso defeitos, ou seja, é tão fácil espevitarem-nos o ego, e manipularem-nos, fazendo-nos querer em coisas que nos são atiradas como objectivos para nós alcalçarmos com facilidade, quando na maioria das vezes, esses bajuladores, apenas querem alcançar os objectivos eles, pois a frustração de nao conseguirem pelos seu propeios meios atingir esses objectivos, procuram naqueles que sao mais capazes, a ponte de transporte para os lugares que eles proprios almejam, e mal estejam com o enquadramento certo, deixam ao abandono, aqueles que bajularam, pois ate se julgam melhores que os mestres que os ensinaram.
É o perigo de não sabermos parar e meditar, e olhar para o que nos rodeia, e ver as teias que nos tecem, e quando damos por ela, afinal ja a teia abranje quase tudo, e nao resta muito para conseguir desimpedir o movimento. Chamei-lhe teia, pois é assim manhosamente que as aranhas apanham as suas vitimas, mas poderia chamar-lhe songuisse, hipocrisia, filha da putice, egoísmo, mafiosos, etc e tal, mas, os nomes não são importantes, meditar todos os dias para nao cairmos em armadilhas, isso é!
Talvez porque ja me teceram muitas teias na minha vida, eu agora veja a verdade nas caras daqueles que hipocritamente e no silencio, manipularam a seu bel prazer, e nao goste de ver outras pessoas a passar pelo mesmo, pois em alguns casos a vida delas pode depender disso.

Beijos a quem é de beijos

Sou quem sabes Maria Alice

Miro

Nao sou poeta

Que a alma do Poeta cristalize
quando brota canções lacrimejantes
chora e sofre, mas talvez se realize
nas letras que ja escreveu antes

será que só a dôr o faz mover
ou o prazer e alegria também
um poeta ja veio escrever
que sem dôr nao e poeta ninguém

eu de poeta nao tenho nada
apenas escrevo o que sinto
sem querer fazer pelagiada
escrevo, choro, e não minto

acredito que o amor
é a maior das emoções
que faz de todos nós, com dôr
poetas doutras canções.

e quem nao sofreu ja de amor
nao sabe amar de certeza
o amor tem tanta beleza
que tudo brilha em seu redor

Escrevam vossas missivas
deitem cartas de alegria
cantem poemas que um dia
fara as vossas cantigas.

Miro

Almejada

Vou-me deitar e nao estas presente
o teu cheiro na roupa marcado deixa-me ebrio
a cama assim sem ti, nao fica quente
porque falta as palavras e o teu sorriso sério

a suavidade de seda que é a tua pele
que ao toque me provoca emoção
e deixa sempre uma bela canção
que pelo ar, se espalha e se revele

dos gestos infinitos de prazer
dos murmurios de silencio estasiante
da sofrega ansiedade a ferver
se mexe o corpo em forma ardente

e o desejo de ti nao tem fim
cada final é um principio, e de novo
voltando sempre para mim
nao se perde o tempo é fogo!

que se calem os que nao sabem amar
e nao digam palavras sem sentido
que o amor será sempre p'ra cantar
mesmo que alguém o ache proibido!

Miro

Saudade

Guardo em meu peito
as horas que passaram a correr
nos dias em que fiquei desfeito
por te querer, e nao te ter

Ponho o olhar no infinito
com esperança de te ver chegar
com a leveza que te é peculiar
quando encostas no meu peito

tenho o sabor do teu mel
na minha pele cravado
e só preso por um cordel
aquilo que tenho sonhado

nao preciso de nenhum papel
para te ter a meu lado
assim como o teu anel
para mim é de noivado

e com alegria te digo
e com amor te registo
que venhas viver comigo
sem ti, já nao existo

Miro

10 março, 2006

Ninguém é propriedade de ninguém

Nas relações humanas, e nas várias culturas sobre o relacionamento amoroso, ha uma tendencia para a posse dos homens sobre as mulheres, e agora que os papeis estão a mudar, também ha mulheres a pensar que teem os seus companheiros com esse sentimento de posse.
O amor deve apenas e somente ser mesmo isso, amor, e amor nao é ciume, amor nao e poder, amor é querer tão bem ao outro, que mesmo que nao esteja connosco mas esteja feliz, devemos ficar felizes. A maioria das pessoas fala do amor, que é paixão, que é emoção forte, de adrenalina, mas a grande maioria das vezes essa atracção fulminante, tem tendencia a ser efemera, tem tendencia a apagar-se á medida que se apaga a chama que foi forte, mas de pouca duração, enquanto o amor, é chama lenta, que arde toda uma vida, e se mantem para além da que nós conhecemos, e perpetua-se para além dela.
Há quem diga que se pode ter amor de várias maneiras, e de varios sentidos, por exemplo o amor de pais, o amor aos filhos, mas, para mim, quem faz essa destrinça de amor, ainda nao sabe o que é verdadeiramente o amor, porque o verdadeiro amor, é dado a todas as pessoas indistintamente se sao nossos pais, se sao nossos filhos, se sao nossos amigos, se sao nossos amantes, ou se são simplesmente nossos irmãos. Amor é querer bem, é ser feliz com a felicidade alheia, e estar sorridente quando vemos a felicidade nos outros, e estar triste quando vemos alguem a sofrer, é impedir que seja feito mal até a um animal, por amor a este, é ter sensibilidade para perceber que tudo está em armonia e em equilibrio, e, embora ainda estejemos num planeta muito dificil de viver e de conseguir sobrepor a paz á violência, em sermos capazes de matar a fome aos que a teem, em vez de pensarmos em mais armas para matarmos, em vez de plantarmos arvores, em vez de queimarmos florestas inteiras, o amor pode ver-se em todas as formas, mas é uno, é simples e nao conhece paixões, o amor é tudo o que precisamos para mudar o planeta, e podermos viver paradisiacamente, um dia que se sobreponha o amor, ao mal que ainda grassa pelo nosso meio.
Quando digo que ninguém é dono de ninguém, e ninguém deve ser obrigado a fazer o caminho de ninguém, digo também, que é nosso dever tentar que os que nos rodeiam, possam melhorar-se, para que um dia, nao tenham de sofrer tanto para evoluir, e se bem que não é fácil ajudar a mudar as pessoas, teem sempre de ser elas a querer mudar, pois por obrigação nunca se consegue, mas apenas e somente pela mostra do caminho, ou seja, se eu fizer e tu vires como faço, talvez consigas fazer também, o que faz cair por terra, as maximas terrenas de, olha para o que eu digo e nao olhes para o que eu faço, que é o que de mais errado existe.
Se eu quero mostrar alguma coisa a alguém, se apenas o disser por palavras mas os meus actos nao estão em consonancia com o que digo, então melhor fora nao o fazer, pois em vez de conseguir ajudar os outros, criei-lhes descrédito, e nesse caso, fui um mau guia, mas se ao contrário, eu me esforço por mudar, por me melhorar enquanto pessoa, e admito os meus erros, e admito que ainda nao consegui mudar o suficiente mas que me esforço, nesse caso, talvez tenha alguma moralidade para dizer algumas palavras sobre o assunto.
Tenho dito várias vezes que o que é mais fácil é apontar-mos os dedos aos outros sobre os seus erros, e o mais dificil é mudar-mos nós e aperfeiçoar-mo-nos mais a cada dia que passa, no entanto, se nao houver um ponto de partida, nunca haverá um ponto de chegada, por isso, devemos partir de algum ponto, e se ainda que só tenhamos ganho vontade de mudar, ja é um enorme passo, porque com alguma persistência, com alguma fée boa vontade, conseguimos de facto melhorar muito a nossa maneira de ser, e afastarmo-nos da animalidade, pela qual ainda somos regidos, e que nos impele cada vez mais a segui-la.
Ninguém é propriedade de ninguem, ninguém é dono de ninguém, e nas relacções entre as pessoas, devem sempre partir-se do pressuposto da igualdade, e portanto, se somos iguais, se nao ha diferenças no interior (espírito), porque teimamos em afirmar as diferenças do exterior? Porque o nosso lado animal, nao nos deixa ver para além disso, e a nossa sexualidade, também nos empurre nesse sentido, embora nos caiba saber gerir o que é certo do que é errado, o que esta bem do que esta mal, e sabermos refrear as nossas actitudes menos boas, menos correctas.
Só assim, estaremos a caminhar para a espiritualidade, e a deixar para tras, esta coisa ainda grosseira que é a animalidade, quem quiser vir, que venha, porque nao carrego ninguem as costas, nem posso fazer o percurso de ninguem, quem nao quiser vir, se na proxima vida estivermos em estações diferentes, a culpa nao é do comboio, mas será de quem nao o quiser apanhar.

Beijos a quem é de beijos

PS: Amar é as vezes afastarmo-nos da pessoa que se ama, se ela nao estiver feliz ao nosso lado, como ja uma vez o fiz!

09 março, 2006

Os limites

Será que sabemos onde fica a fronteira entre a má educação e a má disposição que temos? Será que sabemos quando estamos mal dispostos com alguma coisa que aconteceu, o que poderemos magoar os outros se nao tivermos boas maneiras e boa educação? O nosso caracter deve ser defenido sempre quando estamos em situações adversas e nunca quando estamos com a nossa vida favorável, porque é sempre fácil, ou quase sempre, dizermos que somos assim ou assado, quando nao temos dores de barriga, quando nada nos falta, quando nada nos inquieta, mas, quando temos pressões, quando temos situações desesperantes a nossa volta, daquelas que nos fazem sair do sério, e mesmo assim somos capazes de ser delicados com os outros, quando passamos por situações de desespero, e mesmo assim conseguimos estar bem com aqueles que nos rodeiam, quando nos falta tudo, e esta a nossa frente a fartura mas que nao é nossa, e conseguirmos nao lhe tocar, quando nao temos dinheiro para comprar nada, mas nao invejamos ou nos revoltamos contra os que teem, quando vemos que de facto somos capazes de controlar a nossa dor, para nao magoar-mos aqueles que amamos, ou, se pelo contrário, por da cá aquela palha, entramos em revolta, e somos capazes de nao respeitar ninguém, dizer coisas aos repelões, magoar os que nos amam, e, com que direito é que o fazemos, e sob que desculpa o fazemos. Eu sei que as pessoas não são todas iguais, e que ainda temos todos muito caminho para percorrer, mas de facto na minha aprendizagem, verifico que a maioria das pessoas é tão volátil as reacções, tão pouco amorosa, tão pouco sensiveis, quando com elas se viram os problemas e as dificuldades, ou, quando delas se exige um pouco mais do que para elas seria o normal, e nao quero por padroes de normalidade, porque a normalidade é sempre relactiva a cada um de nós, e as nossas vivencias.
Por mim não acho normal, eu ser amigo de alguém, e se ele me diz que esta com um problema, eu nao sair imediatamente de casa e tentar ajudar a ultrapassar e dar um pouco de animo ao seu desalento, no entanto, compreendo que haja pessoas a quem isso é vulgar, e que quando estão com problemas gostam que lhes deem a mao, mas quando veem os outros a precisar, ja a preocupação nao é tanta. Pelo mesmo caminho, vejo as pessoas a serem todas muito carinhosas, e meigas, e a falar de amor, com os outros, os seus pares, os seus amigos, a mas, quando as coisas nao correm como deviam, segundo os seus padroes, a terem comportamentos infantis, de pouca educação, podendo até projectar com objectos como sinal de revolta, mas que isso nao significa mais que má educação, ou a muita falta dela.
Talvez porque fui educado com muito rigor e disciplina, eu esteja a dar valor em demasia a esses predicados, mas, quando olho para o lado, vejo muita coisa que nao concordo, muitas coisas que nao aceito, e só em casos extremos, em casos em que ja é subjugação, é que me revolto, e sempre para defender alguém que nao tem capacidade ou coragem de o fazer, e nunca para humilhar, rebaixar, ou insultar ninguém, mas apenas com o objectivo de por as coisas em seu devido lugar. Como sou apologista de que devemos olhar para os outros da mesma maneira que gostariamos que olhassem para nós, de fazer aos outros o que gostaria que me fizessem, so gostava que as pessoas que maltratam, ferem, magoam as outras, por actos ou por palavras, ja que os pensamentos ainda deste lado ninguem os le, pelo menos esses, vissem que se lhes fosse feito a eles, nao gostariam, ou então, se alguma vez lho fizeram, e nao gostaram que lho tivessem feito, então, tentem nao faze-lo, e contrariem as vontades de o fazer, pois, só contrariando, e fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós, e que um dia perceberemos a paz e o amor. Pelo que me toca, ando a exercitar cada vez mais a minha compreensão pelos outros, o meu perdão aos erros dos outros, como espero que me perdoem os meus, e cada vez, ter mais paciencia, com aqueles que ainda nao conseguem dominar os instintos animais, e que estão longe da espiritualidade, e que teimam em demorar a la chegar.

beijos a quem é de beijos!

Miro

03 março, 2006

Oportunidades de elevação

Na maioria dos casos, quando estamos em sofrimento, é nos dada a oportunidade de aprendermos com esse sofrimento, e melhorarmos a nossa conduta moral, no entanto, a maioria das pessoas que passam por essas etapas da vida, não compreendem, ou não querem compreender, as lições divinas que nos são dadas. Enquanto se encontram na dor, choram, vão ao fundo, ficam desprotegidas, amarguradas, etc e tal, e, apanhando-se sem esse sofrimento, esquecem depressa tudo, e nem querem ver as pessoas que ajudaram a sair dele, e muitas vezes, negam essas pessoas, e noutras ainda, fazem pior que é denegrir o bem que lhe fizeram.
As oportunidades de nos corrigirmos sao tantas, como o perdão que Jesus disse para darmos aos nossos inimigos, nao sete mas setenta vezes sete, mas, isso não implica, que por cada oportunidade que nos deem, a proxima, será sempre mais dura que a anterior, para que tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir, e nos possamos corrigir desses defeitos que todos os que habitam este planeta ainda temos. Como dizia uma amiga minha, uma pessoa que se esteja a afogar, na altura do desespero se lhe disserem para beijar os pés do que o pode salvar, a pessoa beija, mas quando se encontra em terra firme, nem olha para tras, para ver quem o salvou.
Se um dia eu disse a alguém que tivesse calma que tudo iria correr bem, na altura em que o desespero era grande, nao é porque eu proprio tenha alguma coisa a ver com isso, mas porque sinto que a amizade que dou as pessoas, embora eu saiba que nao é reciproca, dou-a porque me faz sentir bem, e como dizia ao meu amigo e cunhado Nuno, quando me disse que se calhar até alguns dos que eu penso que sao meus amigos verdadeiros, não o são, eu repondi que, sao meus amigos, porque lhes dou a minha amizade, e não porque espero a deles, e que embora enganado, prefiro acreditar que as pessoas teem a capacidade de se corrigir, e de se melhorar, e então perceberem o que de facto é a amizade, e o que ela significa, e portanto, queira que essas pessoas no seu desespero, sintam um porto de abrigo, sintam paz e calma, sintam tranquilidade, e, sejam capazes de perceber que ao menos devem fazer aos outros o que lhe fizeram a eles, e, aproveitarem a oportunidade que lhes deram de serem melhores pessoas, e de corrigirem os seus muitos defeitos, ainda que, sejam um a um, mas, quando assim não é, la teremos de passar novamente pelos problemas, se calhar com mais intensidade, porque desperdiçamos as oportunidades, e as vezes, ainda arranjamos mais dívidas, porque se calhar, áqueles que nos deram a mão, ainda fomos ingratos, e, se calhar até denegrimos a sua imagem, e nesse caso, da proxima vez, será que vamos ter essas pessoas que abdicaram delas para nos ajudar ao nosso lado?
Enfim, eu cá por mim, ando a ver se mantenho os meus olhos bem abertos, e não desperdiço oportunidades, porque as dores são muitas, e por vontade minha, nao quero ser repetente, e quero andar para a frente o mais depressa possível, pois, nao gostaría de voltar a sofrer tudo o que tenho sofrido, e se tiver de sofrer, que seja para corrigir outras faltas que ainda nao descobri, e não aquelas que de facto ja me foram mostradas.
Nós temos a tendencia de pensar (quando estamos bem e tudo corre bem) que somos os maiores, e que nada mais nos pode acontecer, mas, eu já fui enorme, e vi os castelos que contruí a cair, e aprendi a lição que de facto, nós somos aquilo que nos deixam ser, embora com o nosso contributo para isso, mas nao seremos mais nem menos do que aquilo que merecemos ser, e as vezes, na nossa ilusão pensamos que por estarmos no pedestal, ja somos intocáveis, e embora, como diz o povo, Deus escreva direito por linhas tortas, as vezes seja necessário aproveitar a maldade e o egoísmo para fazer grandes coisas, as dívidas la ficam, e eu pela parte que me toca, fico com pena dos devedores, e so me resta pedir por eles, para que nao sofram demasiado.
Resumindo, cabe a cada um de nós aproveitar as oportunidades de nos elevar-mos moralmente, e de dar-mos passos em frente na nossa caminhada universal, e como alguém disse, hoje somos o que ja fomos, e seremos o que somos, que quer dizer, que hoje sofremos o que de mal fizemos no passado, e noutras reencarnações, e seremos no futuro e nas proximas reencarnações, o bem ou o mal que fizermos hoje para com os nossos proximos.

Já agora .... vale a pena pensar nisto

Miro....
Sempre a tentar aprender e..... a dar a minha amizade, se sabem aproveitar, melhor, se nao souberem, eu estou de consciência traquila!