14 junho, 2006

Preconceitos e infelicidade

Esta sociedade já é menos agressiva com os preconceitos, no entanto, ainda muito há a limar. Estava eu sentado num parque á espera de quem nunca aparece, e vi uma moça branca, mais branca que eu, agarrada a um moço negro, feio diga-se de passagem, mas, aos abraços e beijos com ele, que até me eterneceu. Não fora a sociedade ter tendencia a ultrapassar os preconceitos, e se isto acontecesse a 30 anos atrás, teríamos os transeuntes, a mandar bocas tipo... sai daqui ó preto e vai para a tua terra... mete-te com o carvão deixa os lençois em paz.. enfim, uma panóplia de merdas, como assisti uma vez aos meus 17 anos no comboio, um negro que por acaso era muito educado e até charmoso, a ser maltratado por um ser acabadinho de chegar de angola ou moçambique, e que eu, me intrometi e nao deixei que o sacana do branco, estivesse a injuriar o de cor. Se fosse só por aqui que os preconceitos funcionassem, ja era um pequeno avança, mas a verdade é que ainda há gente de mentes mesquinhas, e vou citar um falecido comandante da policia que vivia no alentejo, quando por la andava eu noutras andanças, e porque tinha uma namorada mais nova que eu 20 anos, ele disse:... hoje é o primeiro burro que comprimento... querendo fazer alusão que como namorava uma moça mais nova, estava a ser estupido porque estaria a ser usado, e que se queriam aproveitar era de mim porque eu tinha posição social ainda, e só mais tarde fiquei mesmo muito mal financeiramente, e não eram capazes de ver, que, o amor nao escolhe idades, nem escolhe raças, como diz a canção do Martinho da Vila. Claro é que com estas situações, se num lado me diziam que ela se estava a aproveitar de mim, noutros, diziam que era por eu ter dinheiro que ela andava comigo, se eu nao tivesse ela nao andava, enfim, noutros ainda, diriam que, eu me estava a aproveitar dela porque era ela coitada ainda nova e eu ja experiente, estava a manobra-la. Bem, deixando estas peripécias de lado, acabamos por verificar que afinal, as pessoas teem e querem sempre meter o bedelho onde nao devem, e nao olham para a merda das suas vidinhas, e como normalmente são pessoas frustradas, se veem alguém feliz, a que maldizer, criticar, em vez de construir, e dizerem, olha ali vai um casal que esta feliz, apesar das diferenças, mas nao o dizem porque são elas infelizes, e, a inveja nao as deixa dizer. Seria bonito que toda a gente ficasse como eu fiquei, de lagrima no olho ao ver o casal da moça branca com o de cor, enternecidos e cheios de amor, que ate me apeteceu chegar a beira deles e perguntar-lhes se precisavam de uma mobilia para se casarem que eu oferecia.
É claro que a maioria das pessoas não olha para a felicidade, e olha para a posição social, para a cagança. para o conveniente socilamente, e depois são infelizes, mas estão de bem com a sociedade, gastam dinheiro nos psicologos por causa da merda dos casamentos falhados, mas para o mundo sao casais exemplares, tentam-se matar, como conheço alguem que assim tem os pais, mas, socialmente nao se separaram, ainda estão casados, e porque? porque efectivamente nao foi o amor que os uniu, mas sim o socialmente bem.
A felicidade esta sempre na nossa mão e depende apenas das nossas escolhas e decisões, as vezes, deixamos por preconceito, por receio da sociedade, por imensos motivos perder essa possibilidade, e depois, queixamo-nos de que afinal era fácil, mas, nao quisemos escolher o amor, e preferimos escolher a dor.

Por mim, sem preconceitos avanço, e onde estiver o amor, aí estou eu.

Ja agora vale e pena pensar nisto

Miro

Sem comentários: