17 outubro, 2015

Vem de roda

vi-te de saia rodada
num perfeito rodopiar 
numa dança entrelaçada 
entre o vento e o mar 

e numa nuvem que vaga 
numa onda de maré
 vi-te de saia rodada,
 a rodopiar num só pé 

vem de roda 
vem de roda
 vem de roda sem parar
 eu quero ver-te de roda 
até que finda o luar

 a
luz que te ilumina 
é perfeita em armonia
 solta a alma p'ra vida 
solta a tua alegria 

vem de roda vem de roda 
vem de roda sem parar 
eu quero ver-te de roda 
até que finda o luar

26 julho, 2015

Hoje Bebia-te

hoje bebia-te
num trago sôfrego e longo
onde as gotículas escorrem
imiscuidas no prazer gostativo
entre o palato e o coração
numa felicidade efémura
mas de inquietante desejo

hoje bebia-te,
e, de forma inusitada
esquecia-me do mundo
e das dores parideiras
que as cretinices do poder
chagam em largas feridas
cobrindo o corpo em lamurias

Hoje bebia-te, em tragos largos
de paixão irreflectida
que nos desamarra os conceitos
que nos agrilhoam na urbanidade mesquinha

Hoje bebia-te, em caneca gelada
a borbulhar pensamentos escorreitos
desta vida insana peculiar
mas nunca menos de meio litro
de fermentada cerveja pra consolar
como se viciado fora, do etilico aroma.


Miro Couto 26-07-2015 cheio de sede