11 outubro, 2018

Virginia Moura

Virginia Moura

Com a força da razão
Em defesa dos caídos
A luta não foi em vão
Pois eles foram vencidos


Virgínia arquitectava
Junto com o seu Lobão
Uma guerra que lavrava
Do ódio contra a razão 


Nasceste onde nasceu
A alma Pátria portuguesa
Foste uma luz que no breu
Provou a sua grandeza


De Moura tens apelido
A rebeldia, a tempestade
Da areia que movia
Toda essa tua vontade


Resistente antifascista
Cheia de amor e paixão
Deixaste o teu sorriso
A esta grande nação


Partiste, missão cumprida
Em paz com o teu legado
Doaste demais tua vida
Eu deixo-te este meu fado


Miro Couto
11-10-2018

10 outubro, 2018

Citação

A poesia é a exaltação dos sentidos assim como a música é o leito que a embala.
Miro Couto

Apetece-me

Apetece-me

Apetece-me desistir de puxar carroças
ocas, vazias, sem humanidade sem amor
apetece-me calar todas essas bocas
que escrevem carregadas de rancor

apetece-me que as urtigas apanhem
e num momento por elas sejam despertas
que os picos singelos as amanhem
e preencha essas mentes desertas

apetece-me descansar desta luta
onde a banalidade atroz impera
onde reina todo o filho da puta
esmagando quem desespera

apetece-me mas não posso desistir
sob pena de um dia cá voltar
e por desgosto voltar a encontrar
parados no tempo a insistir

no erro, na maldade, no pavor
na falta de moral e de amor
na desumanidade, da imensa dor
que permite a maldade do actor

Apetece-me que as ondas venham já
que os terramotos os tirem de cá
que tsunamis libertem o mundo
e limpem de vez, pois está imundo.

Miro Couto
06-10-2018