19 abril, 2024

Sem fitas

  Sem fitas

Adoro ouvir as tuas palavras bonitas
daquelas de dolência com ternura
como se fosse um campo de fitas
a baloiçar com a brisa de frescura
adoro esse chilrear de acasalamento
sempre que a primavera desponta
mas sabes, palavras leva-as o vento
e o que fazes para mim é o que conta.
19-04-2024
Miro Couto

11 março, 2024

Portugal

 Portugal


Deste-me um abril cheio de sonhos

agarrei-o e guardei-o no coração

ao fim de 48 anos ficam despojos

e voltamos aos tempos da escuridão


Fruto da vassalagem da canalha

que comanda a comunicaçao

que confunde, mente a baralha

a verdade,  com a sua opinião


fiquei com os cravos secos na mão

mas sem nunca perder a esperança

estou certo que outra revolução

devolverá o amor e a confiança


por mais que sequem os cravos

por mais que fuzilem a razão

nova primavera irá nascer 


do legado dos nossos avós

que nos entregaram na mão

e não mais irá perecer


Miro Couto 11-03-2024


27 fevereiro, 2024

Dolência

 Dolência

Na tua mão que estava fria
colei-a ao meu peito com fervor
do gesto de carinho que pedia
fez nascer em mim um grande amor
dos tempos que passamos mais felizes
recordo aqueles dias de ternura
dois corpos entrelaçados sem juizes
que pudessem provocar a desventura
mas amargura que vive noutros peitos
em corações perdidos sem amor
sem entenderem do que somos feitos
proíbem a paixão, semeiam dor
resiste essa dolência amargurada
no peito de quem tanto se doou
mas quando uma pessoa foi amada
ficará sempre guardada em quem amou
(em modo de fado)
Miro Couto
27-02-2024