27 novembro, 2016

Tenho urgência de mim






Tenho urgência de mim
este que vegeta neste corpo
não sou eu
Sei que a prisão que me cerca
não tem grades, nem algemas
apenas uma força invisivel
que me impede de prosseguir

Tenho urgência de mim
De poder dar voz aos sonhos
que me aquietam os dias
e que me faz pesadelos
pela espera que fabrica a ansiedade
que nos provoca o iriçar dos pelos

Tenho urgência de mim completo
Activo, tenaz em movimento
dando imagem á força que me impele
de criar, de fazer de dar alento

Tenho urgência de mim, livre
sem as limitações que o dinheiro impõe
para dar luz aos projectos desenhados
para dar voz aos seres esmagados
desta sociedade perversa ilusória
onde a animalidade se sobrepõe

Tenho tanta urgência de mim
por mim,pelos que me rodeiam
pelos que anseiam paz e amor
e fraternidade sem fim

Tenho imensa urgência de mim
Não do que fui
não do que sou
mas pró que aqui vim.

Miro Couto

07 novembro, 2016

A força de uma rosa






A força de uma rosa

Sentado num bar
onde deitava canções
inusitadamente vejo a entrar
três pessoas e dois corações


Meti conversa no meu italiano perro
e porque o meu inglês emigrou cansado
das mazelas feitas, forjadas em ferro
no braseiro da dor que tenho passado


Soltei uma canção,
reflectida da alma quando a torces
que só poderiam ser sentidas
por almas boas, sensíveis e doces 


Na face da senhora, uma lágrima luzidia
ocultada pelo sorriso de bondade
que mesmo saindo apressada, sorria
e não pensei que voltassem mais tarde.


regressou com uma rosa na mão
e um enorme sorriso estendido pelo peito
deu-ma, e tocou-me o coração
que até hoje lhe guardo respeito


Cantei o Adeus tristeza até depois
poema que sempre cantei magoado
sofrido, sentido e chorado
da minha vida que é um fado


mas na memória desse momento
desse encanto enternecedor
a rosa foi o sopro ternurento
De uma senhora mulher, feita flor


Obrigado Á Daniela e ao Mihai Gafencu se ainda se
lembrarem do momento

01 novembro, 2016

Esperança






É a minha cara

" A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação ensina-nos a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.
Santo Agostinho