06 novembro, 2009

Sinceridade - será que ainda existe?





Um dia destes, numa conversa com amigos sobre o meu carro que lhe rebentou o motor numa descida quando levava a minha filhota do sul á estação das devesas, e eu dizia ao meu amigo que o motor pifou mal eu o levei a 160 numa descida porque o queria embalar para aproveitar sem esforçar o motor e recuperar algum do tempo perdido, ao que ele sorrindo disse, 160??? Não apertaste com ele???? Naaaaaaaaaaaa.


Isto de alguma forma prova que aquilo que eu disse, foi levado como uma mentira, e que portanto, não me adiantaria dizer mais nada nem justificar mais nada porque de facto ele não iria acreditar.

Se fiquei avesso com o meu amigo? Não, nem pensar, apenas dou por mim mais uma vez deslocado deste mundo, onde a palavra não tem valor, onde de facto toda a gente mente, toda a gente faz o jeito, toda a gente vigariza alguma ou muita coisa, toda a gente omite e mente, toda a gente fode quase toda a gente porque eu cá continuo a recusar-me a funcionar como esta sociedade funciona.


Se repararmos, e se nos analisarmos com frequência, vamos de facto verificar que há pequeníssimas acções que temos, que se não são corrigidas, nos levam a tolerar aberrações, pois de degrau em degrau, vai descendo a moralidade e aumentando a permissividade de se fazer o mal a seu belo prazer, e depois, aqueles que não fazem mal directamente, mas colaboram indirectamente com o mal, acham-se pessoas de bem, pois não tem nada a ver com o roubo, com o assassínio, com toda a panóplia de maldades bem conhecidas, ao aceitarem coisas roubadas, ao negociarem coisas roubadas, ao permitirem que se façam imensas coisas que deveriam ser altamente reprováveis, mas que pelo andamento da carruagem, já nem dignas de se falar nelas são.


Admirar-me que o meu amigo não acredita em mim? Não, não me admira, mas entristece-me, pois pensei que já me conhecesse, pensei que não havia dúvidas em relação ás minhas opções, e como tal, a mentira ou qualquer tipo de erro, só me é permitido se for inconsciente, e nunca consciente, pois sei bem qual o preço a pagar no futuro.


Mas porque será que hoje ninguém acredita nas palavras das pessoas e porque?

Porque será que cada vez mais nem os contractos em papel são confiáveis?


Como já escrevi há alguns anos atrás… Quando mentes aos outros é a ti que enganas …

Porque de facto, uma mentira dita a outra pessoa que é nossa verdadeira amiga, impede de sermos úteis, amigos, protectores, entre outras coisas, mas que naturalmente e por amizade, terão de se conformar com a opinião seja ela favorável ou não.


Digam-me lá se de facto este planeta não esta mesmo a precisar de um empurrão para a frente, a ver se conseguimos limpar toda esta lixeira acumulada, e fazer um mundo novo, sem mentiras, sem egoísmos, sem vaidades, sem todos os venenos que esta tem e que nos impele á infelicidade?

Pois… ok!

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