31 outubro, 2016

Fui de viagem







Fui de viagem

Fui de viagem até terras alfacinhas
Com uma espada à cintura
para matar saudades minhas

Fui de viagem,
e à minha espera um amigo
pronto para me levar até ao seu abrigo

Fui de viagem, e ele levou-me a jantar
Num pacato restaurante de fado
onde acabei a cantar

nas conversas que não acabo
porque não irão acabar
temos sempre um longo prado
que nos está a separar

e porque te sinto a falta
da conversa inquieta
das risotas sempre em alta
com malícia encoberta

Juro que quando puder
irei de viagem por certo
porque apesar de tão longe
nunca estivemos tão perto

PS: Para a minha gente do sul
Miro Couto

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