Se eu morresse hoje
Se eu morresse hoje, diria:
que tudo fiz para encontrar este mundo melhor quando voltar
Que ajudei aqueles que podia, mesmo quando a alma estava a rebentar
Nada me pesa na caminhada feita durantes estas décadas que vi passar
Os outros que perderam os seus sonhos, como eu, não deixei de acalentar
Ao desesperado grito dos desamados e combalidos sempre quis eu levantar
Aos que á minha frente iriam ser humilhados, eu não permiti humilhar
Aos viciados perdidos, tentei sempre encaminhar
Aos dementes enraivecidos, confrontei e tentei acalmar
Aos que se faziam vencedores dos fracos, mostrei-lhes outro patamar
Aos ricos empedernidos, com egos indefenidos, mostrei-lhes o meu olhar
Aos pobres mais esquecidos eu gritei e fiz lembrar
dos muitos que são convencidos, consegui fazer chorar
Aos que choravam de dor, eu consegui alegrar
e a mim, enumeras vezes, do chão me fiz levantar
com as ajudas invisíveis, que me estão a ralhar
quando digo que já chega, do remédio que estou a tomar
que me deem outras tarefas, outras batalhas onde possa sustentar
a alegria contida, o humor amarrotado, e felicidade se amar.
Se eu morresse hoje, nada teria a lamentar.
Miro Couto
22-06-2018
22 junho, 2018
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