Um terror, um assassino.
Só sei que matei, matei, matei
se foram trinta ou quarenta não sei
sei que me coloquei em guarda
e de arma pronta e armada
em silencio e na espera fiquei
ate que num acto de perversão
não me detive e coloquei
toda a mestria de matar em acção
Quantas voltas tive de dar
com a arma armada na mão
e sem parar de disparar
matei mais uma grande porção
quem me visse no preparo
de matar com todo o vigor
e nao fizesse bom reparo
ia chamar-me grande estupor
mas a quem atento estava
nesta matança ordeira
sabia que por fim acabava
toda esta brincadeira
e cansado já da minha mão
de tanto esforço a matar
decidi dar-me um perdão
e sentei-me a descansar
resolvi então escrever
Duas notas sobre o assunto
matei, mas não fiz sofrer
embora matasse muito
tenho pena de quem morre
pois não se deve matar
mas por mais que fosse nobre
não me quiseram escutar
Pedi-lhes, ide embora
deixai-me a mim sempre em paz
não me quero ver à nora
eu que me acho bom rapaz
mas não, não me ouviram
e continuaram a atacar
e assim só preferiram
que pudesse eu matar
estas já não me atacam mais
morreram e são defuntas
serão alimento a pardais
que ficaram todas juntas
e por mim do meu relato
que já vos pôs a pensar
eram só moscas que mato
e nem isso queria matar.
Miro Couto
07-10-2021
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