31 agosto, 2023

Efemero

 Efemero

Dei-te o meu colo com amor
neste embaraço sem norte
em que a tua vida descambou
Só quem sofre sabe o valor
de alguém que suporte
a dor forte que nos abalou
A sofreguidão de ver mudanças
para que a normalidade se instale
não compreende as distâncias
do tempo e do amor que nos vale
Quanta mágoa exasperada
quanta pressão fúngica
que entra desamparada
mas com precisão cirúgica
e o tempo que tudo corrige
não com a pressa que queremos
liberta a alma que se aflige
com a volta da paz vivemos
E esse colo distante, amoroso
que foi ponto de acalento
esquece-se, e sem remorso
será levado pelo vento
Miro Couto
31-08-2023

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