14 setembro, 2009

IMAGINEMOS QUE NÃO EXISTE DEUS


Imaginemos que não existe Deus e que apenas nos regemos pelas leis da física, e sobretudo pela de Newton, a lei de acção e reacção.


Imaginemos que a única verdade é esta lei, e que portanto tudo o que vai volta, mas, então vamos permitir-nos imaginar que essa lei que é automática, tem efeitos imediatos, e não efeitos que demoram a voltar algum tempo, ás vezes muito tempo, pois como alguém disse, … na natureza tudo se opera devagar…


Imaginemos um espelho que está sempre ao nosso lado, e que mesmo que nos desloquemos, ele nos acompanha sempre, e tudo o que fazemos de bom e de mal seria contra esse espelho.

Ora como nós sabemos, o espelho apenas reflecte o que esta em frente a ele, e, portanto, todas as nossas acções serão projectadas contra o espelho, e segundo a lei de Newton, de acção e reacção, tudo o que projectamos cai em cima de nós, portanto, tudo, mas mesmo tudo o que fizermos, teríamos de apanhar imediatamente com esse efeito.


Imaginemos então que acordamos mal dispostos, e que mal saímos de casa e nos metemos no carro e vemos alguém que vai devagar, e começamos a buzinar e a praguejar.


Imaginemos que quem vai a nossa frente no carro é uma pessoa que esta desgastada ou doente, e que vai devagar porque sabe que os seus reflexos não estão no seu melhor, que portanto, tenta seguir na velocidade que acha mais adequada para manter a sua segurança, e, assim sendo, imaginemos agora que o tal espelho funciona, e que mal buzinamos, passamos nós a estar esgotados e doentes, e que começamos a ouvir alguém buzinar e a praguejar?

Achamos piada? Achamos correcto? Achamos que a pessoa que buzina apenas está mal disposta e que por causa dos seus problemas esta a tentar passar para os outros aquilo que é sua responsabilidade, ou por outro lado, vamos pensar que ele é um grandessíssimo estúpido, e que não percebe que estamos esgotados e doentes?


Imaginemos que vamos enganar uma pessoa, e que, o tal espelho, imediatamente nos coloca no sentido inverso e somos enganados, como reagiríamos á situação? Gostamos de ser enganados?


Imaginemos que somos traídos por um suposto amigo, ou para melhor frisar este ponto, pela própria mulher, ou no caso de sermos mulher, pelo homem que consideramos ser a nossa cara metade e que pensamos que está acima de tudo, e que o tal espelho, nos colocaria na situação inversa e portanto sermos nós traídos, como reagiríamos? Será que iríamos gostar de ser traídos?


Imaginemos que não há Deus, e que tudo funciona automaticamente, e nesse caso vamos pensar que vamos roubar alguém, se o tal espelho funcionasse gostaríamos de ser roubados, ou pelo contrário, gostávamos que não mexessem nas coisas que ás vezes tanto trabalho deu a conquistar?


Imaginemos que não ajudamos um velhote que está combalido e que pede ajuda, e que nos desviámos dele, se o tal espelho funcionasse e ficássemos nós a ser imediatamente o velhote gostaríamos que não nos ajudassem?


Imaginemos que não há Deus, mas que há apenas a lei de acção e reacção, e que tudo o que fazemos caía em cima de nós automaticamente, gostaríamos de sofrer as consequências dos nossos actos, ou queremos estar em paz e amor, sem sofrimento e com abundância para podermos ser felizes?


Imaginemos que não há Deus, mas que há essa lei da física, e se acreditarmos na lei da física e pensarmos que tudo o que vai volta, então comecemos a pensar no que gostaríamos que nos fizessem, e comecemos a fazer aos outros, para que quando precisarmos, nos façam de igual modo, e embora queiramos ser agnósticos, ateus, ou seja lá o que for, por amor á lei da física, amemo-nos uns aos outros, e doemos o que de melhor temos ao universo para que o universo se encarregue de nos devolver quando mais precisamos, e portanto, chamemos-lhe lei da física, chamemos-lhe o que quisermos, porque se todos funcionássemos assim, então Deus ficaria feliz, porque todos nós seríamos felizes, e cada um de nós traz Deus consigo.


Agora imaginemos que queremos mesmo estar em paz e ser felizes, e portanto, o tal espelho vai funcionar rapidamente, e vamos projectar compreensão, carinho, afecto, amor, fraternidade, companheirismo, sinceridade, gratidão, etc. e etc. e deixarmos de pensar que se agirmos assim somos lorpas, somos fracos, porque os mais fortes, são aqueles que tem a coragem de enfrentar uma sociedade perdendo, mas sendo fieis a si próprios e aos princípios de correcção e moral superiores, e os mais fracos, são aqueles que optam pelo mais fácil no imediato, aqueles que se apropriam dos mais dóceis, dos mais meigos, dos mais amorosos, daqueles que não fazem mal a ninguém, e aí não há vantagem em ser vencedores, porque não enfrentam aqueles que estão ao mesmo nível que eles.


Os mais fortes são como Cristo, que morreu sem reagir aos seus carrascos, quando o poderia fazer num pestanejar de olhos.


Aos que se consideram fortes e poderosos, que a lei de acção e reacção tenha piedade deles, que será o mesmo que dizer, aos que acreditam em Deus, que Deus tenha piedade deles e não os faça pagar de uma só vez o mal que eles fazem á humanidade, pois não conseguiriam ultrapassar esse sofrimento.


Já agora vale a pena pensar nisto


Beijos a quem é de beijos e abraços a quem é de abraços


Miro


1 comentário:

Anónimo disse...

entao meu morcego, eu sei que o comentario nao tem nada haver com o que tu escreves-te, mas passei para dizer que te tenho visto nos videos, tenho saudades dakeles natais chatos em que tu pegavas no violão e te punhas a cantar depois da janta, eu naquele tempo achava a maior seca, mas neste momento eu dou o valor a isso, aos meus pais, aos meus avós e a ti tambem.. pois foi com voces que eu cresci e sou o que sou hoje... as saudades sao enormes desses bons natais!

grande abraço do teu sobrinho Zé Carlos
espero que teja tudo putente contigo!