12 maio, 2016
Esperança cretina
Pensei que o saco das lágrimas se tinha esvaziado
e que toda a turbulência pela passagem do cabo bojador
que o fizeram encher, aquele que tras a dor
ja tinha sido completamente ultrapassado
Pensei, porque pensar não é errado
se nos pensamentos nos ocorre o sofrimento
a dor lancinante de ficar paralisado
com as amarras que temos no sentimento
Guardei sempre a esperança,
essa cabra que me tortura
sem que me mostre a bonança
que possa aliviar esta amargura
Julguei que o tempo era chegado
que o fim deste suplicio se apresentava
dos sonhos que sonho acordado
cantavam num desfile que encantava
Mas ás vezes, sem entender a razão
das escolhas que fizemos nesta reencarnação
resultam das preces que outros farão
e percebemos que a tudo damos a mão
As vezes esgotados de força vital
de tanto dar por amor ao mundo
caímos em desespero profundo
neste mundo reles, animal.
Miro Couto
12-05-2016
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1 comentário:
Versos intensos de uma sensibilidade rara...parabéns! abraços, ania..
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