04 janeiro, 2019

Um copo de tinto

Um copo de tinto

Ai como eu gostaria de partilhar este copo de tinto que acabei de beber.
De poder olvidar esta sociedade podre de miséria e de conceitos
como era bom poder manter a imagem de paz, e saber
e ocultar a triste realidade de que não somos perfeitos

Como seria bom, que apenas um copo de vinho tragado
nos traria a felicidade de que não queremos abandonar
mas esse efémero tempo em que te tornas ousado
é curto, é cruel, e força a necessidade de te embriagar

Ai como são esses momentos lúdicos de amor impensáveis
nos intervalos da guerra que travamos por causa dos egoístas
em vez de permanentemente estarmos sóbrios e amáveis
sem ser pelo álcool essas tão simples e banais conquistas

Quem me dera que a euforia que os néctares promovem
de amor e ousadia contagiante, doce, amável fraterna
fossem laivos de essência que todos os dias renovem
e permitissem que todos nós tivéssemos a felicidade eterna.

Sem tabus, receios infundados ou conotações perversas
desta sociedade estúpida, cruel, maquiavélica e funesta
e poderíamos dar as mãos universalmente em festa
sem que os espinhos nos impedissem de cheirar as rosas.

Bebi por ti, por mim e por eles, que não aprenderam a amar
bebi porque me sabe a anastésico deste mundo rudimentar
e que bem me soube esquecer toda a maldade, toda a guerra
e sonhar por momentos que podemos ser felizes na Terra.

Miro Couto
04-01-2019

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