Da paz que me sugeres franca
num pavio de algodão singelo
moldada pela glicerina branca
acende a chama que eu velo
doce palpitar do miocárdio
com batida poderosa das cames
ligam velas, faróis e o rádio
à espera que tu me chames
fermenta na ansiedade esse amor
deleitado na bigorna do ferreiro
espera do projecto todo o explendor
nas vigas retiradas de um pinheiro
moldada na tupia rotativa
ágil serpentear de um tico tico
rasga a alma rendilhada e viva
com um cinzel de perfeito bico
e se a talha que de bilros se parece
num entrelaçar de fios condensados
em gravura de historia que acontece
hieroglíferos pelas almas pintados
de fio de prumo verticalmente alinhado
cuja gravidade nos é demonstrada
criamos edifícios em dó elevado
de isolamento humano forçado
tecemos finas linhas de ligação
em redes alienadas e banais
em vez de alegria e satisfação
partilhada, em linhas de produção
e do simples fusível que se queima
por não ter a amperagem certa
da sedução utópica que reina
nunca se viu tanta gente esperta
e se as quilhas alinhadas em mar alto
sem leme ao vento planaram
pela sua combustão turbinaram
uma emoção que nos faz temer o salto
burilada feição no estirador
revelada em câmara pouco escura
sem grão mostra que a dor
só se sente enquanto dura
e não há alinhamento direccional
que corrija ou calibre vibrações
nem sempre a vida com sal
regista as boas recordações
e surfando em forte apneia
dentro de um belo chafariz
percebemos que chateia
aquilo que não se diz
Miro Couto
12-06-2019
com batida poderosa das cames
ligam velas, faróis e o rádio
à espera que tu me chames
fermenta na ansiedade esse amor
deleitado na bigorna do ferreiro
espera do projecto todo o explendor
nas vigas retiradas de um pinheiro
moldada na tupia rotativa
ágil serpentear de um tico tico
rasga a alma rendilhada e viva
com um cinzel de perfeito bico
e se a talha que de bilros se parece
num entrelaçar de fios condensados
em gravura de historia que acontece
hieroglíferos pelas almas pintados
de fio de prumo verticalmente alinhado
cuja gravidade nos é demonstrada
criamos edifícios em dó elevado
de isolamento humano forçado
tecemos finas linhas de ligação
em redes alienadas e banais
em vez de alegria e satisfação
partilhada, em linhas de produção
e do simples fusível que se queima
por não ter a amperagem certa
da sedução utópica que reina
nunca se viu tanta gente esperta
e se as quilhas alinhadas em mar alto
sem leme ao vento planaram
pela sua combustão turbinaram
uma emoção que nos faz temer o salto
burilada feição no estirador
revelada em câmara pouco escura
sem grão mostra que a dor
só se sente enquanto dura
e não há alinhamento direccional
que corrija ou calibre vibrações
nem sempre a vida com sal
regista as boas recordações
e surfando em forte apneia
dentro de um belo chafariz
percebemos que chateia
aquilo que não se diz
Miro Couto
12-06-2019
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