17 janeiro, 2021

Ode a um mundo novo sem F

 Ode a um mundo novo sem F

Pelas vitimas da fome e da miséria
pelas almas amarguradas que persistem
por aqueles a quem lhes falta a matéria
dos muitos que com força resistem

Por aqueles caídos num qualquer beco
com fome, frio e sem um pequeno tecto
sem rumo, sem razão de viver mais um dia
por todos eles assumo, que sou contra a tirania

pelos jovens perdidos sem futuro
onde pais ocupados e não presentes
definhados num mundo sem ar puro
por causa de politicos reles incompetentes

chegamos ao fim sem nenhuma humanidade
sem amor, sem alegria, apenas quimera
se as mãos déssemos em solidariedade
era tão fácil criar deste mundo nova era

assim, sofreremos as vis amarguras
das sementes deixadas no passado
em que éramos más reles criaturas
que só aprendem passando mau bocado

Chegou o tempo da selecção humana
daqueles que cá ficam e dos que se vão
e ninguém que tenha mente insana
poderá servir a um mundo em comunhão

curai as mazelas que convosco portais
fechai as feridas que tanto sangraram
dai as mãos aos outros que não amais
e por amor as cicatrizes tatuaram.

Miro Couto
17-01-2021

 


 


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