Dos cravos aos cravas
Tantas lutas nós travamos
Para haver paz, educação, saúde e pão
Tanta porrada levamos
por fazer contestação
tanto martírio sofremos
das bocas amordaçadas
Tantas vezes combatemos
levando tantas chicotadas
quantas vozes se ergueram
e que foram perseguidas
dentro de grades sofreram
as mais duras investidas
Por animais de forma humana
que torturaram sem piedade
Homens mulheres e jovens
Até de alguma tenra idade
Só porque queriam ver
Um Portugal a sorrir
Um País a prometer
ao povo um melhor porvir
E passados 50 anos
dessa grande revolução
de esperança nos ramos
dos cravos na nossa mão
Vivemos dias escuros
Voltamos à servidão
que faz moer os mais puros
os que ainda tem coração
e desse abril já distante
Que nos ofereceu felicidade
transformou-se num instante
num país sem piedade
Mas outra revolução virá
Com as armas nos alforges
que jamais permitirá
Dar poder aos nossos algozes
Miro Couto
25-04-2024
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