25 abril, 2008

25 de Abril e a Revolução




Já lá vão uns anos largos desde a noite em que militares e populares saíram á rua para contrariar e combater o que na altura era uma ditadura feroz, com meios de repressão á população, que prendia, torturava e matava os opositores aos regime.

Nesta madrugada, lá tive de andar a fugir das balas, que a policia disparava contra nós na cidade do porto enquanto eu e mais uns quantos jovens, empolgavamos a revolução, e ruidosamente fazíamos sentir que não tinhamos medo da repressão.

Os meios de repressão eram a PIDE, a Legião Portuguesa e as forças policiais, com mais acentuação na GNR.

Era um jovem cheio de idealismos nessa época, que achava que se houvesse vontade colectiva, e se houvesse amor ao próximo, se conseguiria uma sociedade mais justa, logo mais feliz, e portanto, embrenhei-me desde os meus 12 anos de idade, porque acreditava que era possível, no Movimento Democrático Português MDP/CDE (Comissão Democrática Eleitoral), (Agradeço tudo o que aprendi a um matemático da minha terra natal que foi Teixeira de Sousa e aos seus filhos, meus companheiros na época, tudo o que aprendi ) participando sempre em manifestações, em colagens de cartazes na clandestinidade, distribuição de panfletos, entre umas pinturas em paredes contra a guerra colonial que então grassava e matava a maioria dos jovens deste cantinho a beira mar plantado.

Sempre fui idealista, sepre acreditei que um dia a humanidade poderia viver em paz e amor, partilhando os recursos da mãe natureza, e acabar com a fome, acabar com a miséria, e conseguirmos ter, mais educaçao, mais saude, mais solidariedade entre todos.

Militei anos depois no Partido Comunista com a mesma intenção, com o mesmo fulgor, com a mesma dedicação e com o mesmo objectivo, porque acreditava em boas almas capazes do seu sacrificio pessoal das quais tinhamos exemplos que ainda hoje eu admiro sublimemente como foi o de Alvaro Cunhal, Margarida Tengarrinha, Carlos Costa, Jorge Araújo, José Carlos Almeida, Lobão Vital, Virginia Moura, estes dois últimos da minha terra natal, Rio Tinto, mas que, com o passar dos anos, vejo que essas almas nobres que tanto lutaram, e que eram almas deslocadas como eu deste planeta, estariam a defender uma utopia com ideia, não porque fosse utópica a vontade, mas porque faltava o essencial para se conseguir uma sociedade mais justa e mais humanizada, que é a elevação moral dos seres que a compoeem.

Naturalmente que tendo nas hostes políticas, seres que se servem da política para se auto proclamarem, ou auto elevarem perante os outros, com necessidades de serem reconhecidos, nunca se pode chegar a lado nenhum, porque o egocentrismo, a vaidade, o orgulho entre muitos outros defeitos, pervalecem sobre as boas intençoes das outras almas abnegadas, e daí, ser impossivel haver uma sociedade mais elevada e justa, porque os interesses pessoais, ainda que tenham vindo de seres que eram de origens humildes, se tornam em pessoas abjectas, que qo primeiro sinal que teem de poder, tudo esmagam para conseguir chegar aos postos cimeiros, e portanto meter nas gavetas os idealismos, e deixar o orgulho e a vaidade sobrepor-se a humanidade e ao amor ao proximo.

Talvez seja por isto, que enquanto nao houver uma mudança de comportamentos das pessoas, uma elevaçao moral delas, tal doutrina filosófica (Marxismo Leninismo), entre tantas outras, não possam passar de utopias, pois antes de mais teria de se combater o egoísmo, a ganancia, a vaidade, o orgulho, entre muitos outro defeitos humanos, para depois sim, se poder ter um mundo de amor e de paz, pelo qual tantas almas abnegadas sofreram, e tantas almas deram o seu sincero contributo para que um dia podessemos ter essa paz e esse amor fraternal na humanidade.

Como dizia um grande Maestro e grande músico Lopes Graça... aqueles que ficaram pelo caminho (os que morreram), que importa chegarão ao nosso lado, porque nenhum de nós anda sózinho, e até os mortos vão ao nosso lado (os espiritos deles). Esses, que partiram, devem dar trabolhoes no estomago, ao ver que toda a dedicaçao e todo o amor que deram em prol da humanidade, foi em vão, como eu o digo e me dá volta ao estomago, ver que em vez de mais solidariedade vemos mais egoismo, em ves de mais humanidade, vemos vaidade e orgulho, em vez de amor, vemos despadaçarem a sociedade sem pudor, tratar e esmagar a proveito do grande capital o nosso país, vemos que esta sociedade está entregue a meia duzia de seres sem escrupulos, que tudo fazem para esmagar mais e mais os pobres, e que nao tem sentido de amor nem de solidariedade com ninguém, que são capazes de tudo fazer para esmagar um povo humilde, que apenas e somente quer ter paz, e viver em serenidade.

Não precisamos de mais nenhum 25 de abril como alguns dizem, precisamos sim de mudar mentalidades, de mudar comportamentos, de fazer ver a esses crapulas que nao teem amor a ninguem, que são capazes de tudo para atingir os fins, que somos de facto irmãos, que hoje eles estão por cima, mas um dia estarao a sofrer o mal que fazem, e se a mudança do planeta nao se fosse verificar, la andaríamos mais uns milénios, até que a sociedade evoluísse, até que podessemos ter um mundo em paz, em fraternidade e amor.

A revolução que precisamos é moral, e como ninguém que la chegar por amor, bem... resta-me dizer, Deus não dorme, e foram dadas as opurtunidades a todos de perceberem a fraternidade, que não chega lá pelo amor, chegará lá pela dôr, porque o planeta esta também farto de aturar egoistas, e ele proprio fará a revolução que é preciso, pena é que seja com tanta dôr, com tanto sofrimento, mas parece que de facto de outra maneira, nunca mais se lá chegaria.

Um bem Hajam, e já agora.. vale a pena pensar nisto.

Miro

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