Franzina te vi chegar
Em débil momento a sorrir
Sentimos que nada iria dar
Ate ao momento de partir
Fizemos a viagem de ida e volta
Numa noite de tempesta aguaceira
E sempre estavas a minha beira
Só na chegada ficaste solta
De subir a tua casa pró café
Soltou-se um imenso turbilhão
Abraçamo-nos com muita fé
E fizemos amor até mais não
Do dizer da nossa vida
Do pensar que nada era
Ficou gravada um ferida
que rolou como uma esfera
do tempo em que nos demos por inteiro
foi um esplendor cada dia que passou
guardo em mim todo esse braseiro
até do dia em que para nós findou
das palavras sinceras que dissemos
da verdade dos segredos que guardei
da minha vida que em ti fizemos
dos medos que não ultrapassei
mandei-te embora por temor
das misérias que então ia passar
e não te queria em meu redor
no sofrimento que estava a chegar
hoje olho para trás e vejo
o erro que então eu cometi
a minha vida começou em ti
e fi-la acabar como um bocejo
despedi-me de ti com um beijo
e sei que foi aí que te perdi
embora não fosse esse meu desejo
pensei que seria melhor para ti
ó quanto estúpidos podemos ser
por tanto querer o melhor para alguém
protegemos quem amamos sem saber
o que é melhor para eles também
podemos querer ser altruístas
podemos querer dar o melhor
e porque somos materialistas
perdemos todo um imenso amor
em troca de um falso bem estar
que sem amor nada temos
por erro eu te quis tudo dar
e sem amor só sofremos
hoje que se renova a vida
em que a esperança desperta
vejo a minha alma sofrida
olho-te e fico a descoberta
o telefone toca e o anseio
de que seja chegado o dia
em que venhas ao meu meio
para ficar para toda a vida
Beijos a quem é de beijos
05 março, 2007
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