05 março, 2007

O poema que me deste

Franzina te vi chegar
Em débil momento a sorrir
Sentimos que nada iria dar
Ate ao momento de partir

Fizemos a viagem de ida e volta
Numa noite de tempesta aguaceira
E sempre estavas a minha beira
Só na chegada ficaste solta

De subir a tua casa pró café
Soltou-se um imenso turbilhão
Abraçamo-nos com muita fé
E fizemos amor até mais não

Do dizer da nossa vida
Do pensar que nada era
Ficou gravada um ferida
que rolou como uma esfera

do tempo em que nos demos por inteiro
foi um esplendor cada dia que passou
guardo em mim todo esse braseiro
até do dia em que para nós findou

das palavras sinceras que dissemos
da verdade dos segredos que guardei
da minha vida que em ti fizemos
dos medos que não ultrapassei

mandei-te embora por temor
das misérias que então ia passar
e não te queria em meu redor
no sofrimento que estava a chegar

hoje olho para trás e vejo
o erro que então eu cometi
a minha vida começou em ti
e fi-la acabar como um bocejo

despedi-me de ti com um beijo
e sei que foi aí que te perdi
embora não fosse esse meu desejo
pensei que seria melhor para ti

ó quanto estúpidos podemos ser
por tanto querer o melhor para alguém
protegemos quem amamos sem saber
o que é melhor para eles também

podemos querer ser altruístas
podemos querer dar o melhor
e porque somos materialistas
perdemos todo um imenso amor

em troca de um falso bem estar
que sem amor nada temos
por erro eu te quis tudo dar
e sem amor só sofremos

hoje que se renova a vida
em que a esperança desperta
vejo a minha alma sofrida
olho-te e fico a descoberta

o telefone toca e o anseio
de que seja chegado o dia
em que venhas ao meu meio
para ficar para toda a vida

Beijos a quem é de beijos

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