Quantas vezes temos dificuldades em tomar decisões e arrumar as nossas emoções, deitar fora passados, memórias, sentimentos… a quem não custa tomar uma decisão de não ter mais ligações com alguma pessoa que se cruzou na nossa vida?
Bem, eu acho que de facto tomar decisões deste tipo, é sempre difícil, há sempre imponderáveis e ponderáveis que nos levam a adiar quase eternamente o arrumar da casa.
A quem me conhece, sabe que a minha dificuldade neste sector é imensa, que não gosto de arrumar as coisas sem que elas tenham as explicações necessárias para as entendermos, mas, depois de analisar os ponderáveis, e os prováveis imponderáveis, pondera-se na decisão, e quando se toma, terá um carácter quase definitivo.
Depois de dizer a uma pessoa que arrumou da minha vida, dificilmente essa pessoa terá lugar outra vez nela, a menos que a mudança de carácter ou de personalidade seja tão evidente, que se instale novamente o benefício da dúvida, e aí se abra novamente uma porta para que a pessoa possa entrar.
Ao ler um comentário num post anterior, lembrei-me de deixar aqui esta reflexão para talvez esclarecer algumas coisas que vão passando na minha vida, e assim, poder fazer entender a minha maneira de olhar e ver o mundo, e aceita-lo como ele é, embora querendo sempre que ele mude e seja melhor.
Para que eu arrume alguém da minha vida, é preciso que seja por motivos muito fortes, e as pessoas se revelem de mau carácter, ou de fraca qualidade humana, porque, tento sempre ponderar o que leva as pessoas a ser como são, e a analisar os motivos da sua estupidez ou da sua conduta, numa tentativa de perceber e tentar ajudar, corrigindo o que de mal esta, mas, quando essas pessoas são imbuídas de hipocrisia, aí mal os apanho, corto e não dou grandes hipóteses de me enganarem de novo.
Outra coisa que me faz mal, é as pessoas não ser francas, abertas, sinceras, e, esconderem sentimentos, mascararem-se de varias formas e não revelarem os seus verdadeiros sentimentos, e usarem capas que mais não são que mentiras, com as quais as únicas pessoas enganadas acabam por ser elas. Detesto ser alvo de situações que não sei, e que não controlo, de sentimentos ocultos que não defino, porque detesto magoar seja quem for, e por isso, adoro a transparência, adoro a franqueza, a verdade sem capas que mais não servem para esmagar sentimentos que poderiam pelo menos tornarem-se em boas amizades.
Quando as pessoas esmagam o que sentem, e por orgulho não se definem, não são capazes de enfrentar a sociedade, não são corajosas em demonstrar o seu sentimento, o seu amor, só por si, já serão pessoas que nunca poderão ser muito felizes, porque estarão sempre a espera que os que as acompanham adivinhem o que sentem, adivinhem o que lhes vai na alma, porque não são capazes de se mostrar.
Quando alguém mexe comigo, quando alguém tem sumo para espremer, ou pelo menos me dá a entender que tem, a primeira coisa que faço é dizer que essa pessoa me é importante, e depois, o tempo, clarificará se assim é ou não é, e tirar-se-ão as dúvidas, e se por acaso assim não é, então porque não assumir? E se assim é porque não dize-lo também? Pena é, que as pessoas não sejam sinceras, e não sejam capazes de dizer sim ou não, e prefiram o talvez. Eu cá por mim, se me interesso por uma pessoa, mas não interesso a essa pessoa, gosto de ouvir que não sou o tipo dela, que lamenta mas que não há espaço, em vez de estar a fazer joguinhos florais de miúdos platónicos, que não sabem ainda o que querem da vida.
Quando se quer… trepa-se a bolota, quando se não quer, deixa-se que outros apanhem a bolota, mas saímos da frente da árvore.
Empatas e cromos… esta este mundo cheio deles, mas continuo a dizer que os piores são os hipócritas, e desses, fujo a sete pés (não no sentido lato, mas em termos de relacionamento, que medo não tenho a nada nem a ninguém), pois são os que nos mandam sorrisos e nos batem nas costas, mas são aqueles que nos usam enquanto podem e precisam, e na primeira dificuldade que tenhamos nos deixam em pleno deserto sem agua.
Já agora vale a pena pensar nisto
Beijos a quem é de beijos
Miro
23 julho, 2007
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