Ao ler um post no blog da shootingstar, em que esta trancrito uma mensagem do Chico Buarque de Holanda, e em que ele diz no fim…
…Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...
Depois de ler isto, porque não conhecia este texto do Chico, fiquei simplesmente maravilhado pelo entendimento que ele tem, como pessoa solitária que é do que é ter a verdadeira solidão.
Quantos de nós, como eu nos sentimos no meio de imensa gente, mas com um sentimento de vazio profundo, sem nada que nos diga nada, ou que nos motive.
Quantos de nós, sentimos que poucas almas conhecemos capazes de nos fazer sentir aconchegados, capazes de nos fazerem sentir que não estamos de facto sós, mas que no meio de multidões temos essa sensação de vazio, em que as pessoas nada nos dizem.
É como de estivéssemos desligados deste mundo, e vivêssemos um mundo paralelo, em que apenas a afinidade vibratória contasse e como se nos cruzássemos com os outros, mas que de facto eles não pertencem ao mesmo mundo que nós.
Cada vez sinto mais isso, e ás vezes até com pessoas que me são próximas, que não estou cá, que me comunico com elas apenas, mas que não estão na mesma dimensão que eu, como se eu os visse, eles me vêem, nos tocamos, mas… nem assim estamos juntos, estamos próximos, quando exactamente outras (muito poucas) mesmo longe estão ao nosso lado, porque as sentimos, as cheiramos, mesmo quando estão a largas dezenas de kilometros para não falar em centenas.
Será que a passagem de vibração se está a acentuar cada vez mais e já estamos mesmo em lugares diferentes e nem nos damos conta?
Ás vezes penso… será que morri e não dei por nada? Será que já estou do outro lado da vida e as refeições que faço são fruto da minha imaginação?
É terrível sentir que somente uma dúzia de pessoas estão a sentir o que eu sinto e que estão perto, e a essas tenho pena de não estar mais com elas, de não poder partilhar mais momentos, mais sorrisos, mais palavras, mais conversas e mais silêncios.
A solidão é quando nos perdemos de nós mesmos, e mesmo acompanhados procuramos a nossa alma, e verificamos que não a encontramos.
Nesse aspecto, as almas que por mim passam, e que vão ficando, sabem que nunca estão sós, porque estarei sempre com elas, do mesmo modo que não me deixam só, porque vivem no seio do meu amor.
Por causa da conversa que tive contigo Xana hoje de madrugada, e sim, a PAZ vem aí a caminho, esta mesmo a chegar.
Mil beijos minha querida Alexandra, alma da minha alma, porque sentes quando sinto, e eu sinto quando sentes, e um beijo as outras almas que de igual modo sinto com elas.
Beijos a quem é de beijos
Miro
2 comentários:
Meu caro Miro, este seu texto sobre a solidão é de facto, o poema às palavras que me faltava ler.
Ouvi um dia alguém dizer: “ ó solidão a quanto obrigas”. É nestas essências das palavras que nos revemos muitas vezes quando estamos clicando não sabendo bem o quê, só porque a solidão aperta. Tens razão ao dizeres, por outras palavras, estamos sós, mesmo rodeados de familiares, amigos e conhecidos. Já dei por mim a perguntarem-me se tinha ouvido o que tinham dito e eu pedir desculpa porque naquele momento eu não estava lá. Esta noite sei que mais uma vez vou estar só com as minhas recordações, mas atento à palavras do meu amigo Fernando Tordo no Coliseu dos Recreios. Para mim, a Solidão é uma morte prematura. Parabéns pelo seu Bloge. Vou cá voltar mais vezes.
Beijo-te essa Alma que conheço tão bem, com a qual me identifico.
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