Desamor
As lágrimas escoriam-lhe no rosto
como facas lancinantes na alma
pelas amargas palavras que ouvia
lavada pelo sal que deveria ser vida
colocava reticências na existência
como se só a morte a resolvia
Tanto desamor gerado acutilante
tanta guerra de ódios ancestrais
que ferem, machucam e rasgam
tanta palavra que pesa toneladas
em quem não se pode defender
daqueles que dizem que amam.
Ai se soubessem quanta dôr semeiam
as palavras que o vento faz gravar
quanta amargura premeiam
em seres que estão a naufragar
depois, depois dizem que merda
porque não disseste que sofrias
e o silencio da alma desesperada
dá sinais todos os dias
Acordem, percebam o amor
percebam as ondas que gera
deixem de semear a dor
porque será a dor que vos espera.
Miro Couto
03-07-2020
03 julho, 2020
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