31 dezembro, 2021
A um amigo...
19 dezembro, 2021
Palavras nao ditas
05 dezembro, 2021
Saudade
Saudade
27 novembro, 2021
Cultura, pois é
Cultura, pois é
Achas-te culto, bem sei
porque sabes quem foi Paganini
porque ja viste de Monet a cromática
ou alguém célebre a matemática
conheces Vivaldi, Mozart, Stravinsky
as filosofias de Platão, Sócrates, Epicuro
apreciaste as obras de Van Gog e Kandinsky
e tens a sensação de seres Luz no escuro
Ai como é fácil o ego levantar a vaidade
perceber que cultura é saber na verdade
como se fazem as coisas mais banais
onde fervilha tudo aquilo que usais.
E saber fazer fermento ancestral
para poderes fazer o pão e os bolos
e quando não sabemos ficamos tolos
entendendo a ignorância visceral
E se te perguntares o que sabes
e perceberes o quanto dependes
da sabedoria e da cultura empírica
o que faz de nós gente muito rica
Miro Couto
27-11-2021
24 novembro, 2021
Inverno Frio
Inverno frio
Deste inverno que se insinua
gélido de frio cavernoso
dói pensar os que moram na rua
é para mim o mais penoso
Que tantas lutas travamos
para acabar com a pobreza
mas esta miséria em que vivemos
é fonte de lucro à riqueza
Nem abrigo condigno lhes dão
estes hipócritas, cínicos
que saem com a televisão
para serem eleitos políticos
Passam a mão pelo pelo
jurando com a miséria acabar
depois de eleito é vê-lo
com ar de quem está a tentar
e assim o meu irmão pobre
que sem nada vive na rua
é vitima do senhor nobre
que à custa deles se insinua
mas esta miséria há-de acabar
quando o coração humano se abrir
quando este povo acordar
São eles que irão fugir.
Miro Couto
24-11-2021
20 novembro, 2021
Corrida para o fim
Corrida para o fim
Todos temos hora marcada
para quando eu não sei
de bens não possuo nada
vou embora como cheguei
e do sopro que ja passa
a que chamamos vida a correr
ninguém consigo leva a massa
que guardou até morrer
e nesta correria fútil
nesta insanidade banal
passamos uma vida inútil
com tanto desejo carnal
se pudessemos entender
a razão porque cá vimos
como nos iria surpreender
a forma como existimos
e de colégio de acções
no somatório dos anos
são as nossas ilusões
São sempre os nossos enganos
Que deixamos como pós
no dia em que partimos
só guardaremos em nós
as memórias que vivemos.
17-11-2021
13 novembro, 2021
Outono da vida
Outono da vida
10 novembro, 2021
Ouvindo a canção
Ouvindo a canção
E uma canção flui pelas entranhas
daquelas que a alguém dediquei
com o sentimento que até estranhas
e que provam que sempre amei
sons que nos tornam dolentes
que como acídos asperos corroem
na esperança de sermos valentes
mas que em verdade nada constroem
feitos de sonhos perdidos na lembrança
em que as mãos se uniam com fervor
como almas inquietas com esperança
uniam corpos sedentos de amor
Essas claves escritas na alma
cheias de solfejos invejáveis
com colcheias de suave calma
tornavam melodias infindáveis
talvez nas memórias mais vincadas
que o tempo marcou em brasa
vivam as notícias esperadas
quando regressarmos a casa:
E se a verdade fluisse agora
escrita em aço ou granito
talvez entendessem por fora
o que por dentro eu grito
10-11-2021
Miro Couto
06 novembro, 2021
Baixa-mar
Baixa-mar
Enquanto a maré for má
e se mantiver em pesadelo
baixa-mar a quem mal dá
cunilingue em muito pelo
e se te querem ensinar
e para pescar te derem cana
com engodo e sem iscar
baixa-mar que é sacana
mas se a maré mudar
e se virar maré cheia
lembra que sabes nadar
e que não morres na areia
e se o mar estiver revolto
e te vires a naufragar
podes sempre dar um salto
em prancha podes surfar
mas se a maré estiver meia
e a àgua estiver quente
leva contigo os amigos
e baixa-mar toda a gente.
Miro Couto
06-11-2021
02 novembro, 2021
Sonhos
Sonhos
É nas estrelas que residem os sonhos adiados.
E quando as estrelas brilham, provam que os sonhos não se apagam, apenas há dias nublosos em que não os conseguimos ver.
Miro Couto
02-11-2021
28 outubro, 2021
Sonhos
Sonhos
Levaste para a forja um sonho
com a tesoura o levaste ao fogo
já em brasa o maltrataste logo
deixando a forma de antanho
mais e mais uma vez triturado
e de volta a renascer do nada
ganha formas vindas de fada
até chegar ao ponto esperado
quantas voltas deu no braseiro
quantas pancadas recebeu na bigorna
quanta força dada por inteiro
até que o sonho ganhe boa forma
até ganhar boa moldagem
quantas pancadas levou
quanto esforço foi a viagem
daquele que por amor o sonhou
quantas batidas de parto
foram feridas sangrentas
para conseguir o formato
da forma que apresentas
quantas vezes deformado
para ser belo e seguro
quantas vezes foi soldado
para ser general no futuro
assim são os meus sonhos
triturados por moinhos
que depois em pedacinhos
em puzzle de novo juntamos
E de derrota em derrota
de desilusão em cada tombo
onde a fé de cada nota
dá ao sonho o seu assombro
e se sonhar nos alenta
a pensar um mundo novo
saibam que o sonho atenta
que desgasta que rebenta
do mais velho ao mais novo
Mas sem sonhos nada somos
e de vegetar não saímos
que na vida de sonhos pomos
e a felicidade construímos
28-10-2021
Miro Couto
07 outubro, 2021
Um Terror, um assassino
Um terror, um assassino.
Só sei que matei, matei, matei
se foram trinta ou quarenta não sei
sei que me coloquei em guarda
e de arma pronta e armada
em silencio e na espera fiquei
ate que num acto de perversão
não me detive e coloquei
toda a mestria de matar em acção
Quantas voltas tive de dar
com a arma armada na mão
e sem parar de disparar
matei mais uma grande porção
quem me visse no preparo
de matar com todo o vigor
e nao fizesse bom reparo
ia chamar-me grande estupor
mas a quem atento estava
nesta matança ordeira
sabia que por fim acabava
toda esta brincadeira
e cansado já da minha mão
de tanto esforço a matar
decidi dar-me um perdão
e sentei-me a descansar
resolvi então escrever
Duas notas sobre o assunto
matei, mas não fiz sofrer
embora matasse muito
tenho pena de quem morre
pois não se deve matar
mas por mais que fosse nobre
não me quiseram escutar
Pedi-lhes, ide embora
deixai-me a mim sempre em paz
não me quero ver à nora
eu que me acho bom rapaz
mas não, não me ouviram
e continuaram a atacar
e assim só preferiram
que pudesse eu matar
estas já não me atacam mais
morreram e são defuntas
serão alimento a pardais
que ficaram todas juntas
e por mim do meu relato
que já vos pôs a pensar
eram só moscas que mato
e nem isso queria matar.
Miro Couto
07-10-2021
01 outubro, 2021
Salta para a vida
Salta para a vida
Não tenhas medo
não é segredo
que a tua luta é minha também
sai do degredo
aponta o dedo
mudo todo o mal para o bem
sai dessa casca
do desenrasca
que sofrer muito, faz mal
junta os dedos
mais os teus medos
vence essa morte fatal
ninguem é lorpa
quem faz da sopa
o seu alimento frugal
tem alimentos
que são tormentos
a toda a causa animal
E sem rodeios
quebra teus freios
e vem ser feliz com amor
parte depressa
deixa a conversa
ninguém merece essa dor
salta harmonia
e com alegria
vem comigo a cantar
que o futuro
por mais escuro
se fará luz a brilhar.
Miro Couto
01-10-2021
06 setembro, 2021
A Carolina
A Carolina
A Carolina é uma menina
muito pequenina
Hoje é princesa
Amanhã será rainha.
No principio era só rebento
a crescer no corpo da mamã
que no coração trago dentro
que faz valer cada manhã
hoje, feita boneca de sorrisos
enche o coração de todos
até dos menos conhecidos
que promete deixar-nos tolos
Fruto de amor e humanidade
do carinho da paternalidade
ferramentas de crescimento
de sáude, amor e sentimento
Será a Neta que me ofereceram
que no coração levo como minha
sabendo que hoje é apenas princesa
mas que mais tarde, será rainha:
Miro Couto
06-09-2021
O meu rebelde Joaquim
O meu Rebelde Joaquim
Eras apenas projecto de vida
Desejado com a força de um motim
Eras a vida projectada e querida
força de outro grande Joaquim
Senti a tua rebeldia e malandrice
ainda eras apenas um pequeno feto
e já sentia que não eras de pieguice
serias rebelde, mas cheio de afecto
Hoje provas dia a dia a tua essencia
não dás tempo de lazer aos teus pais
sem dormir mas com a consciencia
que os optimos são pouco normais.
Es um ser que me deixa a alma cheia
sempre a sorrir até a quem te chateia
imparável, um turbilhão de emoções
já consegues partir muitos corações
Tenho orgulho em partilhar a vida
do que a vida me ensinou a partilhar
o pouco que dou é o que posso dar
e o pouco é o muito que posso sonhar
Um dia orgulhoso das tuas vitórias
sentirei que foram anos fabulosos
e os teus pais te contarão as historias
dos momentos eternos que são nossos.
Miro Couto
06-09-2021
02 setembro, 2021
Tão pouco e tanto
Tão pouco e tanto
Foram meses passados em euforia
duas almas que o mundo não queria
aceitar pelas matrizes que nos limitam
pelos olhos daqueles que apenas imitam
ser verdade no que envolve a imensidão
dos sentimentos, do amor e da paixão
das lutas travadas em guerra declarada
que nos pode reduzir a pó, reduzir a nada
quanta ternura esvaida de intenção plena
vencendo a amargura que mordia serena
quando se afogava a dor sentida em pranto
e alguém se refugiava no meu peito a um canto
vencidas as dores de sangue que esmagavam
tornada cordialidade compreendida
tornou-se desnecessária a missão tida
e novas ordens novos caminhos atacavam
num mundo de predadores egoistas
tomaram vida para suas conquistas
com laureados efemeros temporais
da vertigem dos ganhos materais
O tempo, esse mágico que a vida tem
devolve tudo o que dele nos servimos
façamos a parte que nos convém
que a vida traz aquilo que merecemos
Miro Couto
02-09-2021
01 setembro, 2021
Desabafo
28 agosto, 2021
Amar sem tempo
Amar sem tempo
És ainda criança e sonhas
que o tempo demora a chegar
que um dia qualquer te ponhas
sem que alguém te possa atar
cresceste, e já jovem em rebeldia
desejas ser um adulto crescido
sem perceberes que algum dia
desejarias voltar ao tempo perdido
Homem feito, de familia iniciada
vem a responsabilidade dolorosa
O tempo que não dá para nada
ainda sendo numa idade poderosa
Depois, quando chega o outono da vida
percebes que tão rápido o tempo voou
que antes de ti muitos ja foram de partida
e olhas as marcas que o tempo deixou
e se o tempo fosse um verbo eleito
escolhido com verdade e coração
percebíamos o que o amor nos tem feito
e que não há tempo para amar com emoção
Miro Couto
29-08-2021
03 agosto, 2021
Calar e consentir, NUNCA
04 julho, 2021
Tudo o que sou
Tudo o que sou
Que a voz nunca me doa
para denunciar o errado
que a minha força seja boa
e que a razão esteja do meu lado
Que a força do que amo
da verdade e amor intemporal
tenha tudo a que chamo
a máxima elevação espiritual
que saiba sempre o caminho
de ajudar esta pobre humanidade
de abraçar o meu grande sonho
de viver feliz em comunidade.
Um dia, quem saberá dizer
podemos todos assim viver
com o sorriso na alma
em paz e em doce calma.
Miro Couto
03-07-2021
27 junho, 2021
Morna Éterea
07 junho, 2021
Rosas na alma
Rosas na alma
Eram rosas meu amor
as que levava no braço
carregavam o odor
que te dava num abraço
era flores de muitas cores
rosas vermelhas de paixão
amarelas das mil dores
que trago no coração
Era leveza e perfume
num beijo a ti roubado
era o que alimentava o lume
da paz que tinha herdado
era melodia singela
ternura feita de cor
a paz cantada a capela
num leito cheio de amor
Eram flores , ou eram rosas
carregadas de belos sonhos
um desenho feito em prosa
triturado por moinhos
mas aquilo que restou
de toda a beleza contida
é o perfume que ficou
e que carrego pr’a vida
Miro Couto
07-06-2021
04 junho, 2021
Reflexão
02 junho, 2021
Família
31 maio, 2021
Descrédito
15 maio, 2021
Anónimo
Anónimo
Morreu hoje o sr. Anónimo
sem pompa, sem circunstância
ele que lutou toda a vida, cheio de animo
desde a sua mais tenra infância
Não tirava selfies do que fazia
nem apregoava aos ventos
tudo o que ele trazia
eram apenas lamentos
levava amor, ao mais triste
portava carinho aos animais
andava de dedo em riste
contra os absurdos morais
não julgava os desvalidos
nem alimentava senhores
sempre levantou caídos
sempre atacou maus doutores
dava milho aos pombos
como se saciasse uma multidão
da fome, a quem anda aos tombos
ajudava como se fosse irmão
o sr Anónimo morreu
sem pompa nem circunstância
Sei que podia ser eu
que tenho a mesma importância
Miro Couto
15-05-2021