23 novembro, 2005

Que fazer?

Não é a primeira vez nem será naturalmente a última, que olhamos para os nossos amigos, ou para os nossos familiares, e os vemos em situações desagradáveis, de infelicidade ocultada.
Na maioria dos casos, olhamos, sentimos, sabemos, mas, porque nao queremos que sobre para nós, nao dizemos nada, e esperamos que as coisas fluam por elas proprias, não interferindo com o curso natural, que apesar de provocar sofrimento, na maioria dos casos será a melhor saída, pois não há melhor verdade que a verdade conseguida pelos proprios erros das pessoas, sentindo na pele o que nao perceberam antes.
Apesar de andar-mos sempre a procura da felicidade, na maioria das vezes, distraímo-nos com o fútil, e não vemos o essencial, e, procuramos sempre uma explicção e uma razão para não sermos felizes, e na maioria dos casos, culpamos sempre a vida e os outros, pelo que poderemos ter na mão e nao agarramos convenientemente.
Quero eu dizer com isto que, as pessoas com o frenezim a que estão sugeitas, que a vida lhes impõe, nao param para meditar, não são capazes de avaliar as suas vidas, e as vezes, muitas, olham para o material como primeirissima base de contrução da felicidade, e esqueçem que a felicidade, está num pequeno (cafuné) que se dá ou recebe da(o) companheira(o), de uma preocupação com os que estão ao nosso lado, recíproca, com as pequenas atenções de graciosidade e amor, com o olhar meigo e feliz que nos faz sentir que cada vez mais vale a pena.
Estou a dizer-vos isto porque é o que eu sinto, porque é o que eu procurava, porque é o que eu necessito, porque é em paz, e com todas essas amabilidades reciprocas, e com o preocupar-nos com o outro antes de nós, e, tendo alguem ao nosso lado que faz exactamente o mesmo, que nos poderemos sentir felizes, pois sabemos que a pessoas que está connosco, sente os nosso problemas, as nossas ansiedades, e tudo fará para nos ver com um sorriso no rosto, em vez de andar-mos com ar deconfiado, a pensar que a outra pessoa tera alguma coisa que nao a deixa ser amiga, e por isso mesmo feliz.
Não compreendo, porque numa faze de namoro as pessoas nao são capazes de perceber que o namoro é exactamente a fase de conhecimento mutuo, e que é nessa altura, que devemos testar se a pessoa que esta ao nosso lado seria capaz de fazer uma viagem por tempo indeterminado ao nosso lado, sem que tivessemos problemas com ele, ou se pelo contrariom imaginamos uma viagem de uns dias, mas sabemos que temos de levar comprimidos para as dores de cabeça, pois a viagem vai ser sobresaltada, e sem algum prazer, apenas a faremos para nao sermos desagradaveis perante o que esta connosco. Eu na consigo imaginar-me a viver uma vida, com uma pessoa que tenha um umbigo tão grande que so pense nela, e que queira tudo a girar a volta de si propria, como se fosse o centro do universo e nao houvesse mais nada para além dela. Se nao se partilhar tudo, todos os momentos, todos as angustias, todas as coisas, todas as alegrias, nao se pode efectivamente poder dizer que somos felizes, pois so poderemos ser felizes, mesmo, quando os que nos rodeiam sejam felizes também, e , só assim, poderemos ver que o que nos propomos a passar, arrastará para uma mesma simpatia, para uma mesma alegria, a convivência com os outros, pois, a felicidade estara em nós quando a vemos também no rosto daqueles que amamos, e com quem nos preocupamos.
Agora a questão é a seguinte: Que fazer quando vemos que as pessoas a nossa volta não são felizes, porque os respectivos companheiros, ou companheiras, nao fazem nada por isso, e são pessoas tão egoístas, que nao são capazes de pensar nos outros um minuto sequer, a nao ser para usar e abusar dessas pessoas, seja em que forma ou em que nome lhe chamem?
Que fazer, quando vemos pessoas castradas nas relacções que teem, que perdem a sua alegria, que deixam de sentir prazer livre, que deixam de ser elas proprias para nao desagradarem ao parceiro?
Que devemos fazer, quando açguem que nós amamos e tem uma relação de merda com a companheira, porque a compenheira dá mais atenção ao TER, que ao SER, e a felicidade, quando se faz cega e procura preencher-se com o trabalho, com os ganhos financeiros, para sua realização pessoal e para sua afirmação, em vez de se preocupar com a felicidade dos que estão com elas, ou com os que fazem parte das suas vidas?
Como disse, o que fazer nestes casos , em que é óbvio para nós que seria fácil ver as pessoas que nos são proximas felizes, mas como entenderão elas a nossa preocupação com a felicidade delas? como entenderia um irmão meu, se eu lhe disse-se: para para pensar, analiza a tua vida, ve o que está mal, e, juntamente com a tua companheira, ve se há possibilidade de corrigir esses erros, e se nao há, então faz entender que nao há obrigação em duas pessoas estarem juntas so porque decidiram viver juntas ou casar, e portanto, sera lógico, que se nao ha maneira de fazer com que a companhia perceba o que é felicidade, então provavelmente, o melhor será cada um seguir rumos difrentes e nao impedirem a felicidade dos outros, porque mesmo que de amigos apenas se tratasse, seria o minimo que um amigo deveria fazer pelo outro, ve-lo feliz, e se ele nao esta então, deveremos mesmo dizer-lhe que procure a felicidade.
Mas em que casos isto funciona? mas em que casos as pessoas estão preparadas para ouvir isto? e em que casos normalmente nao deixam de falar com as pessoas que querem ver a sua felicidade?
Dizia-me um verdinho um destes dias: Miro, dá-me na cabeça quando vires que nao está bem, porque se me zangar contigo sera coisa de um dia , porque sei que me queres bem e que queres o melhor para mim. Mas será que em boa verdade , ele nao ficaria zangado e a pensar que eu estava com ciumes, ou com outras cenas, como normalmente acontece, que nao aceitam que estejamos preocupados com eles, e pensem que apenas temos caprichos?
Não é fácil dizer a alguem que amamos, faz por ser feliz, e parte a louça, e parte a mobilia se for o caso, mas nao abdiques de ser feliz!
Eu sou feliz, e só vos quero ver como eu!

Ja agora pensem nisto

beijos a quem é de beijos

2 comentários:

Anónimo disse...

É verdade que muitas vezes as pessoas estão tão absorvidas na sua luta diária para terminar o dia com o mínimo de preocupações, que se esquecem de olhar para esse dia-a-dia com um sorriso.Todos nós temos dias melhores e outros menos bons (para não dizer, bem piores), mas não será que em muitos casos somos nós os culpados de tamanha sombra a pairar sobre a nossa própria cabeça?
Condordo contigo Miro quando dizes que muitas vezes as pessoas não estão preparadas para ouvir determinadas sentenças que, para nós que estamos de fora, parecem óbvias, mas que para quem está na situação, vê tudo com particularidades e constrangimentos. Talvez como amigos (sejam de sangue ou não), possamos esperar que a pessoa esteja preparada para ouvir. No entanto, quando a espera se torna longa e as pessoas de quem gostamos se afundam num mar de tristeza, desilusão e confusão, é nosso dever e direito (enquanto amigos)tomar uma atitude. Talvez essa pessoa que queremos tanto ajudar não consiga ver o que lhe tentamos mostrar ( e afinal quem somos nós?), talvez sejamos mal interpretados e injustamente acusados; muitos "talvez" podem surgir, mas nunca saberemos o que realmente vai acontecer se não tecermos um comentário, se não abrirmos o nosso coração para dar a nossa mão a esse amigo. Se esse amigo a recusar, está no seu direito e pode até nos tirar da sua vida. No entanto, fica a certeza de que agimos conforme sentimos e com o objectivo de mostrar ao nosso amigo que há vários caminhos na vida para serem caminhados. Somos muitas vezes metralhados com desilusões que nos levam a uma inércia que nos puxa para o mais lado negro de nós mesmos. Muitas vezes não estamos fisicamente ou psicologicamente estáveis e coerentes para vermos isso. Assim sendo, se o nosso amigo não conseguir ver a janela que lhe apontamos, resta-nos esperar que esse amigo, por ele mesmo e com o tempo, consiga alcançar essa ou outra janela que lhe traga acima de tudo paz. Nós ficaremos com a nossa consciência tranquila, ainda que em sobressalto por vermos um amigo afundar-se. O nosso amigo tem uma série de escolhas pela frente e cabe-lhe, a ele, escolhê-las, senti-las e vivê-las.

Fica bem Miro.
Vanessa

Undisclosed disse...

Por muito que se queira à alturas da vida em que conseguimos ver mais à frente a dos outros, e ao avisar-mos corremos o risco de os perder...a perder que seja por uma boa causa ;)

Abraço