09 março, 2006

Os limites

Será que sabemos onde fica a fronteira entre a má educação e a má disposição que temos? Será que sabemos quando estamos mal dispostos com alguma coisa que aconteceu, o que poderemos magoar os outros se nao tivermos boas maneiras e boa educação? O nosso caracter deve ser defenido sempre quando estamos em situações adversas e nunca quando estamos com a nossa vida favorável, porque é sempre fácil, ou quase sempre, dizermos que somos assim ou assado, quando nao temos dores de barriga, quando nada nos falta, quando nada nos inquieta, mas, quando temos pressões, quando temos situações desesperantes a nossa volta, daquelas que nos fazem sair do sério, e mesmo assim somos capazes de ser delicados com os outros, quando passamos por situações de desespero, e mesmo assim conseguimos estar bem com aqueles que nos rodeiam, quando nos falta tudo, e esta a nossa frente a fartura mas que nao é nossa, e conseguirmos nao lhe tocar, quando nao temos dinheiro para comprar nada, mas nao invejamos ou nos revoltamos contra os que teem, quando vemos que de facto somos capazes de controlar a nossa dor, para nao magoar-mos aqueles que amamos, ou, se pelo contrário, por da cá aquela palha, entramos em revolta, e somos capazes de nao respeitar ninguém, dizer coisas aos repelões, magoar os que nos amam, e, com que direito é que o fazemos, e sob que desculpa o fazemos. Eu sei que as pessoas não são todas iguais, e que ainda temos todos muito caminho para percorrer, mas de facto na minha aprendizagem, verifico que a maioria das pessoas é tão volátil as reacções, tão pouco amorosa, tão pouco sensiveis, quando com elas se viram os problemas e as dificuldades, ou, quando delas se exige um pouco mais do que para elas seria o normal, e nao quero por padroes de normalidade, porque a normalidade é sempre relactiva a cada um de nós, e as nossas vivencias.
Por mim não acho normal, eu ser amigo de alguém, e se ele me diz que esta com um problema, eu nao sair imediatamente de casa e tentar ajudar a ultrapassar e dar um pouco de animo ao seu desalento, no entanto, compreendo que haja pessoas a quem isso é vulgar, e que quando estão com problemas gostam que lhes deem a mao, mas quando veem os outros a precisar, ja a preocupação nao é tanta. Pelo mesmo caminho, vejo as pessoas a serem todas muito carinhosas, e meigas, e a falar de amor, com os outros, os seus pares, os seus amigos, a mas, quando as coisas nao correm como deviam, segundo os seus padroes, a terem comportamentos infantis, de pouca educação, podendo até projectar com objectos como sinal de revolta, mas que isso nao significa mais que má educação, ou a muita falta dela.
Talvez porque fui educado com muito rigor e disciplina, eu esteja a dar valor em demasia a esses predicados, mas, quando olho para o lado, vejo muita coisa que nao concordo, muitas coisas que nao aceito, e só em casos extremos, em casos em que ja é subjugação, é que me revolto, e sempre para defender alguém que nao tem capacidade ou coragem de o fazer, e nunca para humilhar, rebaixar, ou insultar ninguém, mas apenas com o objectivo de por as coisas em seu devido lugar. Como sou apologista de que devemos olhar para os outros da mesma maneira que gostariamos que olhassem para nós, de fazer aos outros o que gostaria que me fizessem, so gostava que as pessoas que maltratam, ferem, magoam as outras, por actos ou por palavras, ja que os pensamentos ainda deste lado ninguem os le, pelo menos esses, vissem que se lhes fosse feito a eles, nao gostariam, ou então, se alguma vez lho fizeram, e nao gostaram que lho tivessem feito, então, tentem nao faze-lo, e contrariem as vontades de o fazer, pois, só contrariando, e fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós, e que um dia perceberemos a paz e o amor. Pelo que me toca, ando a exercitar cada vez mais a minha compreensão pelos outros, o meu perdão aos erros dos outros, como espero que me perdoem os meus, e cada vez, ter mais paciencia, com aqueles que ainda nao conseguem dominar os instintos animais, e que estão longe da espiritualidade, e que teimam em demorar a la chegar.

beijos a quem é de beijos!

Miro

1 comentário:

Anónimo disse...

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