30 março, 2006

Pressupostos

Parece que é interminável a maneira das pessoas agirem por pressupostos, e a partir desses pressupostos decidirem e julgarem os outros. Quando nao se sabe bem a vida dos outros, é dificil podermos ajuizar se eles nos estão a dar o melhor deles ou não, e é também muito dificil saber até que ponto as pessoas se dedicam a outras, quando desconhecem os sacrificios que fazem para tentar manter o equilibrio com os que os circundam. Já por mais que uma vez, verifico situações de julgamento precipitado, e, muitas vezes, quando tudo damos aos outros, ainda assim, os outros a quem damos, acham que nao fizemos nada, ou pelo menos o suficiente. Vou dar como exemplo a minha relação com os meus pais, para que assim possa descrever mais á vontade o que pretendo, sem correr riscos de mal entendido.
Os meus pais, são pessoas muito humildes, que nao me puderam dar nada em termos de valores materiais, nunca me puderam dar prendinhas caras, nunca me puderam vestir e calçar com o que havia de melhor, nunca me puderam dar dinheiro para ir ao cinema quando queria, para ir as discotecas, ou para passar fins de semana onde me apetecia. Não podiam, porque os fracos recursos económicos não lho permitiam, e porque a vida na minha infancia, era extremamente dificil. O meu pai, para me educar, muitas vezes me deu açoites, me deu grandes tareias, me bateu, pois eu era uma criança difícil, muito irreverente, e muito inpulsiva, e, uma das vezes, tinha eu recebido o meu primeiro subsidio de férias (com 14 anos), queria ir uns dias de férias, e ele bateu-me com toda a força que tinha, e, embora eu nessa altura ja tivesse corpo e força para pegar nele por baixo do braço, fiquei em sentido e só lhe dizia que quando ele achasse que ja estava suficientemente punido, me deixasse ir embora. É claro que nessa idade, nós somos os donos do mundo, e sabemos tudo da vida, e pensamos que ninguem mais tem nada para nos ensinar, mas eu depressa soube, que o meu pai apenas estava preocupado comigo, pois se eu fosse de férias sozinho, seria fácil aparecer um marginal e maltratar-me, e ele apenas queria proteger-me, embora nao o tivesse feito da melhor maneira, nunca guardei comigo sentimentos contra ele, porque também sabia que o amor que ele me tinha é que fazia com que exactamente ele procedesse dessa maneira. Quando eu disse que os meus pais nao me puderam dar nada materialmente, não quis de forma nenhuma dizer que nao me deram nada, antes pelo contrário, deram-me imenso amor, deram-me imensa sabedoria, deram-me imensa moralidade, deram o que tinham para me dar, e, que eu sempre recebi com humildade e muito amor, pois ainda hoje é o dia em que quando me sento a conversar com eles, e relembramos a minha infancia, nos rimos e nos embaraçamos mutuamente, pelos excessos que ambos cometemos, porque se os pais nao teem livros que ensinem a ser bons pais, os filhos também não teem livros para ensinar a lidar com os pais. Hoje em dia, os filhos, apesar de muita formação académica, podem ter quase tudo, e mesmo que os pais abdiquem deles proprios para que os seus filhos estejam bem, nunca fazem o suficiente, pois nao os deixam com mordomias, ou com lugares ao sol, e tornam-se ingratos, maldicentes, injuriosos, e as vezes, para além de mal educados, nao fazem uso do mais basico dos mandamentos, que é honrarás a teu pai e tua mãe, e fazem o inverso, julgando e fazendo com que os pais se sintam farrapos humanos, porque tudo fizeram por eles, no entanto eles nunca estão satisfeitos. Lembro aqui aos pais que sofrem, que a nossa obrigação moral, é manter os filhos e apoia-los até a idade adulta, facultando-lhes a aprendizagem, e a sua evolução, e não é sustentá-los e aos seus caprichos durante o tempo que eles querem. Por outro lado, lembrando uma amiga minha que é mãe recente, e que há bem pouco tempo se privou de muitas coisas para que a filha estivesse bem e nao lhe faltasse nada, mas como é normal, a filha é criança, provavelmente e Deus a ajude, nunca irá saber que a mae passou essas dificuldades, assim como há pais que tudo fazem pelos filhos, e que são capazes de dar os ultimos dinheiros que teem no bolso, e mesmo assim, são considerados crapulas. O grande diferença é que quando estava na tropa, as vezes sem comer dois ou tres dias, pedia ao meu pai para me mandar dinheiro dse pudesse, e ele coitado, as vezes ia pedir para me poder mandar 500$00 para eu poder desenrascar-me, e embora só lhe pedindo em ultima estancia, sabia que ele estava a fazer um esforço enorme, e sempre lhe agradeci o que ele fez por mim, e nunca mas nunca na minha vida de 50 anos, lhe faltei ao respeito, lhe disse coisas injustas, lhe fiz sentir que ele nao fez o melhor que podia e sabia. A ele devo tudo o que sou e o que sei, a ele e á minha mãe, devo a sabedoria e o amor que distribuo a quem quer receber e tem humildade por isso, e, lamentavelmente, nao consigo mesmo assim ser tão duro como o meu pai no que respeita a exigir que o respeitem, pois quem lhe falta ao respeito ele nao da hipoteses, e só posso dizer que ele é que está certo.
Para os aqueles que entemdem o que tento explicar é que o que se passa em relacção aos filhos, passa-se em relacção as relacções entre pessoas, e se tivermos moralidade, educação e humildade, sempre conseguimos perceber que os juízos que as vezes fazemos dos que deram tudo por nós, são errados, e cometemos erros de palmatória, com aqueles que se esforçaram por nos ver bem.

Já agora vale a pena pensar nisto

beijos a quem é de beijos

3 comentários:

Ana Coelho disse...

Olá pai do Norte estou em Amesterdao. Eu e o Rui juntamos umas croas e decidimos gastar numa viagem!
Estou cansada e para ser sincera nao consegui ler nada deste texto! Sao 4 da manha e eu vou me deitar mas vim aki primeiro dizer te que mesmo longe adoro-te, pai do norte! E animo!

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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