01 agosto, 2006

Estranha sensação

Hoje foi mais um daqueles dias menstruais, em que nada me apetecia fazer, nem aturar ninguém, e, acabei por me deixar a meditar em casa toda a manhã, até que recebi um convite para ir almoçar com uma amiga. Depois do almoço, aconteceu algumas coisas "anormais" como sentir que uma pessoa tinha necessidade de desfazer o mal que haveria feito, e isto nao foi a primeira vez que aconteceu, porque ja aconteceu no domingo em frente ao meu amigo Luis no pédagua. O estranho é que depois de acontecer isso, fiquei com uma acalmia estúpida, e ao mesmo tempo com uma sensação de anestesia, que me fez sentir que nada a partir daquele momento era importante, e que, o mais importante era a minha sanidade e o meu amor proprio recuperado, sentindo que tudo a minha volta parecia nao fazer sentido, e toda a amargura e dôr que sentia, era despropositada e irracional.
Tal foi a força com que senti isto, que, sem querer me desliguei de tudo, e a determinada altura senti que nao me interessava mais nada na vida, que nada fazia sentido, que a dôr nao fazia sentido, que o amor se calhar nao faz sentido, que as empresas nao fazem sentido, que a familia nao faz sentido, que esse vazio enorme me fez pensar que, afinal a matéria seja ela qual fôr, é apenas um complemento de nós e nunca a nossa essência.
Podemos almejar uma companheira para fazermos a nossa caminhada terrena, podemos almejar um grande amor com ela, no sentido de ser mais sorridente essa caminhada de dor e de frustraçoes, mas, nunca poderá ser mendigada, ou desesperadamente tentada mesmo sabendo que foi por motivos alheios que nos separamos, ou por vontades mesquinhas.
Não se pode ser feliz a sombra de muita subjugação sentimental, ou a força de fazer a caminhada dos outros, mas sim, se essa caminhada se cruzar com a nossa, e se por acaso alguem a desviou, e a pessoa que estava connosco nao volta ao caminho, então era porque de facto ainda nao era o momento, ou então porque as escolhas feitas nao se cruzam com as nossas, e as vibrações nao são iguais.
Por algum tempo associei a minha desunião de forma diferente, e achei que apesar de nao querer que quem quer mal vença,porque sempre achei que o amor vencerá, e eu disse amor, isso pressupõe que tenha de haver amor das duas partes e não de uma, e se assim fôr, então se as duas partes remarem no mesmo sentido, o barco chega ao porto e acalmara, se por ventura um rema e o outro vai a boleia, então não partilha do esforço, e aí nunca saberá o que é o amor verdadeiro de quem vai a remar, e partilhar com ele, todo o amor que ele emprega na força dos remos para chegar ao fim.
Como disse a um ano atras, o helicopetero esta prestes a levantar, quem quiser agarrar a escada, faça o favor, porque senão... um dia destes se calhar, o heli parte e apanho um avião para longe, e como nada tenho a olhar para tras, fixo-me distante.

Beijos a quem é de beijos

Miro

1 comentário:

Menina do Rio disse...

Falas em dias “menstruais” como se soubesses exatamente como são...
Tu deves entender melhor que ninguém que a vida é um terreno que recebemos ao chegarmos aqui, nesta esfera. Á nós cabe arar a terra e fazer a semeadura. Muito do que semeamos nem chega a germinar; mas devemos cuidar do que brota, mantendo o solo livre de ervas daninas. Sabemos que as estações variam e às vezes num período de inverno rigoroso e chuvas excessivas, corremos o risco do nos acomodarmos no quentinho e assim perdermos parte do que nos cabia colher, mas é certo que tudo o que colhemos nesta vida é resultado do nosso plantio e do nosso empenho e manter o solo fértil e limpo.
Mas também há casos de solos inférteis e saturados, que depois de um tempo necessita respirar ao sabor das intempéries, e a nós cabe então uma nova busca, um recomeçar....

Um doce beijo no teu coração