26 outubro, 2006

Sem Net

Nós hoje, queiramos ou não, criamos habitos dos quais nos sentimos nus quando eles nos faltam. Onteontem cortaram-me a net, e ontem, fiquei sem a placa que me avariou.
Estes habitos que nos deixam dependentes, quanto a mim vão ter de ser contrariados, pois nós eramos bem mais felizes antes e nao tinhamos internet nem salas de chat, mas tinhamos cafés, bares, espaços onde conviviamos e partilhavamos as nossas experiencias de olhos nos olhos, sem estarmos escondidos atras de um ecran sem mostrar as emoções, e sem ver-mos as dos outros.
Palavras, cada um escreve as que quer, e, desprovidas de sentimentos, são armas perigosos que podem atingir profundamente qualquer ser humano mais desprevenido, e, ao ler-mos do outro lado palavras que deveriam ser sensiveis, que deveriam provar sentimentos, quantas vezes, somos vitimas dessas artimanhas e falácias de pessoas que nao sentem, e que nao pensam quando estão a utilizar os sentimentos dos outros. O perigo de podermos entrar em relações que nao passam de mais um jogo para alguns, podem deixar marcas profundas nos que sempre estão de coração aberto, e nao andam a usar nem abusar dos outros, seja ele em que patamar se encontrem. Como ja disse várias vezes, fazer mal, nao se prende apenas com violencia directa, com manipulações espirituais, ou com maltratar pesicologicamente ou fisicamente os outros, mas pode ser também o uso indevido de palavras para atingir determinados fins, a mentira encapuçada de caridosa, ou muitas vezes, o simples sorriso hipócrita que pode enganar os incautos.
Quantas vezes somos de facto levados a pensar que alguma vez fomos parte de alguns processos que nao passaram de simples conquistas de terceiros, como se premios fossem para que pudessem guardar num armario, e contemplar aos outros.
É percebendo isto, que cada vez mais acho que as relacções entre pessoas, a partilha de conhecimentos, e a partilha de emoções se deve fazer ao vivo, olhos nos olhos, e não atraves de teclas, e de ecrans, onde nem as expressões vemos daqueles que deveriam estar em frente a nós. Resta-me começar a tentar disciplinar-me, e voltar a ser o que ja fui, passando a estar mais ao vivo com as pessoas, e menos atras de um computador que de facto nao me faz sentir emoçoes reais.

Ja agora vale a pena pensar nisto

Miro

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