Era uma noite como outra qualquer, estava na expo e ia beber um copo com uma amiga, que, em conversa, que estavamos a ter me dizia, que eu com a minha figurinha, por mais que tentasse nao passava despercebido. Ora eu, que sempre achei que entrava e saia de qualquer lugar sem que ninguem notasse a minha presença (não é falsa modéstia) disse-lhe que ela estava errada, e que de facto, ela iria reparar que eu podia entrar sair mil vezes e ninguem percebia se eu entrava ou saia. Nunca percebi muito bem como funcionam estas coisas, mas, eu que em boa verdade sempre pensei que nao me notavam, fiquei espantado, porque é que afinal, eu que nunca tinha reparado, mal entrava em qualquer sitio, as pessoas olhavam para mim. Na altura fiquei a pensar que seria pela minha postura, alta firme, distante, mas, depois comecei a pensar que seria porque mesmo com essa postura eu estava sempre com cara alegre. Se eu fosse narcisista, iria achar que era o melhor gaijo do mundo, que era o Pão lá do sítio, que nao havia ninguém tão pão como eu, mas eu, com a minha modéstia, acabei a pensar e, a tentar observar porque seria. Depois de algum tempo a trocar olhares com algumas pessoas, acabei por verificar que afinal não era por eu ser o pão, mas sim porque de facto transmitia algo que as pessoas queriam e eu nao sabia o que era. Limitei.me a continuar a observar, e quase que tinha a certeza que não era mais nem menos, a minha luz no olhar, que escondia a barriga, e que sobressaía sobre os resto.
Fiquei feliz, por nao me encher de vaidade, e pensar que elas olhavam porque eu era bom, boazudo, mas porque tinha algo... será inpulse?? (estou a reinar) de difrente dos olhares carrancudos e mal expressivos que a maioria das pessoas que me rodeavam tinham. Apesar das brilhantinas (gel para quem nao é desse tempo) e dos cabelos cortados a rigor da moda, mas tinham semblantes carregados, expressões maléficas....... acabei por ficar feliz comigo, por pensar que afinal .... não é preciso ser boazudo para chamar a atenção, não é preciso fazer o pino, e dizer olhem para mim que sou boazudo, não é preciso ser-mos narcizistas, mas ser-mos nós próprios, que mesmo com mascaras, acabamos por nos revelar, mais tarde ou mais cedo!
Até vere
03 dezembro, 2003
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