HINO DE CAXIAS
Longos corredores em trevas percorremos
Sob o olhar feroz dos carcereiros
Mas nem a luz dos olhos que perdemos
Nos faz perder a fé nos companheiros
Vá camaradas mais um passo
Já uma estrela se levanta
Cada fio de vontade são dois braços
E cada braço é uma alavanca
Oiço ruírem os muros
Quebrarem-se as grades de erro da nossa prisão
Treme, carrasco que a morte te espera
Na aurora de fogo da libertação
Cortam o sol por sobre os nossos olhos
Muros e grades fecham horizontes
Mas nós sabemos onde a vida passa
E a nossa esperança é o mais alto dos montes
Podem rasgar meu corpo à chicotada
Podem calar meu grito enrouquecido
Para viver de alma ajoelhada
Vale bem mais morrer de rosto erguido
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Este hino foi criado por um grupo de presos políticos encarcerados no forte de Caxias, em 1954, um ano antes do meu nascimento, e talvez pela força que ele transmite e pela dignidade que prova, seja aquele por onde ainda me pauto.
PS: A confirmação de que foi escrito por um grupo de presos políticos, foi-me confirmada gentilmente, pelo DEP / Partido Comunista Português, uma vez que eu associava este hino por erro, ao grande compositor Fernado Lopes Graça, que não teve nada a haver com a sua composição.
beijos a quem é de beijos e abraços a quem é de abraços!
Miro
10 maio, 2006
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3 comentários:
Escreves tal como és...
Dás força e vontade de viver a quem ja simplesmente vive e já não acredita na força que tem...
De sempre para sempre Jorge Carvalho ( verdinho ).
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