23 outubro, 2006

Não fazemos mal, mas fazemos bem?

Uma das questões que se poeem com a nossa elevação moral, prende-se obviamente com o que fazemos e com o que nao fazemos, mas, na maioria dos casos quando alguém sofre, aliás como eu, perguntamos sempre, mas porque eu se nao fiz mal a ninguém???
Bem, nesta vida, eu tentei fazer o melhor que sei e que pude, sendo muitas vezes chamado de burro, por ter ajudado pessoas que nao mereciam, e que me levaram a afundar, e de facto, até aí, eu ajudava sempre, sem pensar que muitos sao ardilosos, e que são capazes de tudo para nos estragar a vida.
Devemos pensar, eu nao fiz mal a ninguém, mas porventura quando me deparei com situaçoes em que precisavam da minha ajuda, terei feito bem? porque se nós deixarmos de fazer o bem a quem necessita quando podemos faze-lo, também criamos dívidas, porque um dia, teremos de passar pelas mesmas situações e avaliar o sofrimento daqueles que precisam, e nao estou a falar dos oportunistas que me vigarizaram, mas sim daqueles que em desespero precisavam de uma mão que os amparasse para andarem em frente.
Claro que se nas alturas em que alguém precisou de nós e nós nao ajudamos, e o poderíamos ter feito, então, um dia, nao sei quando nem sei como, chegará a nossa vez de aprender que na mesma situação, o que gostaríamos que nos fizessem, e, como diz a Bíblia, faz aos outros o que gostavas que te fizessem a ti, porque foi a correcção que Jesus fez em relação a Moisés, que tinha dito, não faças aos outros o que nao gostarías que te fizessem. Ora Jesus ao dizer-nos faz! quer dizer que nao chega nao fazermos mal, mas teremos de praticar o bem, pois quando chegar a nossa vez de passar dificuldades, e de precisarmos de uma mão ou de um empurrão, gostaríamos de ter esse alguém por perto e capaz de o fazer.
Quando supostamente pensamos que somos ja seres demasiado evoluídos, e que ja fizemos o que devíamos e podíamos, la aparece mais uma situação a por-nos a prova, e aí, as vezes pela mecanicidade das nossas reacções, nem damos conta que de facto passamos ao lado, e nem quisemos saber, mas se estivermos atentos, as vezes aparece-nos mais que uma vez, mais de uma forma, para que espevitemos a nossa bondade, e para que percebamos que afinal devíamos fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós.
Sempre que somos postos a prova, tem de haver alguém que esteja em situação de nos por a prova, ou seja, ou temos alguém de facto muito aflito porque esta a expiar erros do passado, ou então de uma forma mais suave, alguém que se ofereceu para passar dificuldades, podendo com isso creditar alguma evolução, e estar cá com uma missão para nos por a prova, que depois, de um momento para o outro de vem a verificar que afinal, esse, era o tal, que afinal é grande, e afinal agora arrependemo-nos de nao ter ajudado mais, porque agora sabemos que ele é grande.
Nao deveria ser assim, mas de facto, todos nós temos a tendencia para ajudar os outros até uma determinada fasquia, e depois de preenchida essa fasquia, ultrapassada essa meta, dizemos acabou, porque, e porque, e porque.
Continuo a pensar que, um dia de cada vez, se consegue chegar lá, embora as dificuldades sejam tantas, que, muitas vezes apetece desistir, mas de facto, só passando pelos problemas, é que aprendemos e sabemos valorizar tudo o que fazemos, e como disse uma vez numa reunião, é muito mais fácil dar, do que receber.

Miro

1 comentário:

Anónimo disse...

É um bom tema para reflectir.