Quando somos miudos, ficamos com ansiedade da chegada do Pai Natal, porque sempre esperavamos para receber prendas, e talvez porque quando eu era criança, dificilmente durante o ano recebiamos prendas ou brinquedos, naturalmente como seria de esperar, a ansiedade era multiplicada por muito.
Hoje verifico que essa magia, que essa louca ansiedade se vai perdendo aos poucos, porque, talvez porque como não tinhamos quase nada com que brincar e inventavamos os nossos brinquedos, encharquemos os nosso filhos de brinquedos com brinquedos durante o ano todo, e assim, a magia e a ansiedade dá direito a reclamação, se as crianças nao obtiverem os brinquedos que pediram.
É óbvio que a maioria dos pais consciente de que a alegria dos filhos, é parte integrante da sua felicidade, faz qualquer esforço financeiro para que a felicidade deles esteja estampada no rosto, sem se preocuparem que as suas exigencias vão aumentando, e que sem quererem vão tornando as suas criancinhas dóceis e meigas, em egoístas que chegam a crucificar os pais se não obteem o que pretendem.
Como manter a magia do natal, sem que as crianças se privem das coisas, mas não se tornem egoístas, e as vezes até violentas?
Como fazer entender aos miudos, que é preciso lutar para vencer, que é preciso conquistar para obter? Como fazer entender que, se eles querem uma determinada coisa que custa muito dinheiro, os pais nao possam fazer esse tipo de sacrificios?
Os mais terra a terra, ou se calhar menos preocupados com isso, dirão que se não podem... não podem e esta o assunto resolvido, os que são mais sensíveis dirão que terão de ter uma conversa com eles e explicar exactamente as privações que teriam de ter para obter essas prendas, e os que são obsecados, ou receosos de perder os filhos se nao lhes satifizerem os seus desejos, mais os orgulhosos que acham que se os filhos do outro tem os dele também ha-de ter, vão ao banco mais proximo ou a instituição de crédito mais proxima, e pedem um credito a pagar ao longo de 10 ou 11 meses, para pagar as prendas.
Se repararem, em todas estas situações, verificam que só uma terá efeitos de valor moral para as crianças, e. só uma situação é capaz de lhes fazer sentir a solidariedade, e de lhes aguçar a magia do Natal, mas, antes de ter-mos um Natal comercial e de dar prendinhas a força toda, tinhamos um Natal que era simbolo de reunião familiar, que era o momento mágico em que a família se juntava, e, era capaz de passar horas e horas a por as notícias de um ano inteiro em dia, com algumas risadas pelo meio, e nos lares onde houvesse alguem a tocar intrumentos, cantava-se as janeiras, e algumas cantigas populares. Mas, essa magia também está a ficar destroçada, porque em vez de uma lareira a arder, e os petiscos na mesa para se congraternizar e conversar, temos a merda da televisão, do ecra de plasma, do leitor de DVD, dos programas fatelas, das telenovelas, enfim, temos tudo que pode ser de facto bom para quem esta solitário num hospital, ou em casa sozinho, e para os solitários toda essa panóplia de modernices faz falta para preencher o vazio da falta de família ou amigos, mas, quando se está em família, o que faz falta é o convívio, é a conversa, é o amor, é a passagem de testemunhos dos mais velhos aos mais novos, com os mais velhos a tentar passar as histórias aos mais novos, aos passar o conhecimento, ao passar a experiêcia da vida, para evitar que os mais novos escorreguem nos mesmos erros que os que ja por eles passaram.
Talvez por isto eu diga que faz falta voltar a haver Magia no Natal, faz falta fazer o presépio, faz falta explicar quem nasceu nesse dia e que exemplos deu ao mundo, faz falta que o amor irradie com sorrisos, com fraternidade, com luz, e sobretudo com muita paz!
O que deveremos fazer para voltar-mos a ter a magia completa do Natal?????
Vou deixar como é óbvio ao critério de cada um, mas acho que ... vale a pena pensar nisto, e se calhar, que seja tema de conversa durante alguns tempos para aqueles que teem dificuldade em conversar numa mesa cheia de familiares, e que estão mais atentos ao que se passa na televisão que aos olhares e sentimentos dos que estão a sua volta!
Devolvamos a magia do Natal, e se puder eu, voltarei a dar os passos necessários para que haja paz, amor, fraternidade, lealdade, correcção, etc neste dia especial em que nasceu O Divino Mestre, que tantos ensinamentos nos deixou.
beijos a quem é de beijos
25 dezembro, 2005
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2 comentários:
À medida que ia lendo este post e concordando com o ponto de vista (até porque era algo de que já tinha falado com várias pessoas) comecei para aqui a pensar como será um dia que eu tenha filhos e os queira educar e ensinar da mesma maneira que a minha geração ainda foi (felizmente). Será complicado, um dia seja qual for o meu nível de vida pressinto que posso ter que recusar aos meus filhos certas coisas para que eles lhes possam dar o devido valor, esse seria o plano ideal, mas que pode ser comprometido se os outros pais derem aos seus filhos tudo e mais alguma coisa sem olharem minimamente às atitudes da criança.
Bem... tenho esperança que possa contar com o pessoal da minha geração para mostrar como é que se faz, vamos lá pessoal... fazer homens e mulheres como deve ser!
Infelizmente tenho que concordar contigo, é triste ver que numa sociedade em que na generalidade se está a perder valores importantes que o Natal também esteja a ser reduzido ao que é comercial ou o que fica bem...
É importante que se recomeçe a dar a magia ao Natal, ao sentimento de dar e de receber...Eu, e concordando com o vitinho vou e posso fazer a minha parte e felizmente vejo que há minha volta todos partilhamos o mesmo sentimento em relação a isto :).
Abraço
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