Na "família" que vou construindo fora da minha outra familia, cada vez mais me surpreende as actitudes de amor que me rodeiam. Se calhar, não terei outro momento para explicar o que vou escrever de seguida, no entanto, acho que este registo tem de cá ficar, quanto mais não seja para eu nunca me esquecer dos momentos que passo, e das lições de vida que estou a ter.
Estou só e simplesmente num daqueles momentos da minha vida, em que as saídas para os problemas parecem não existirem, em que os malditos cheques que os clientes deveriam mandar, para acalmar as aguas da dor que é ter contas urgentes para pagar e nao ter o dinheiro na mão para resolver esses problemas, a angústia de saber que com muito pouco mexeria uma montanha de coisas, e que nada posso fazer, porque tenho de sentir todas as provações a que provavelmente me propus a aprender nesta vida.
Estou a dizer, sentir as provações que me propus aprender esta vida, porque sei e sinto, que para chegarmos a sabedoria, e ao conhecimento elevado da moral e do amor, so mesmo experienciando as situações é que conseguimos compreende-las, e perceber o quanto poderemos no futuro ajudar terceiras pessoas, com esse conhecimento, que tanta dor provocou, mas que nos limou mais umas quantas arestas desta pedra bruta que somos nós.
Eu sempre fui uma pessoa de me dar, e de dar aos outros sempre o melhor que tive, e, sempre gostei de ver a felicidade no rosto dos outros, como se fosse uma fonte de energia de onde me alimentava. O dar para mim era, e é, coisa fácil, nao me prendo as coisas materiais com facilidade, a menos que a elas estejam ligadas emoções ou recordações de momentos passados com pessoas que me foram e são sempre proximas, no entanto, no que toca a receber, aí.... aí é que a dor se instala, porque preferia sempre sofrer sozinho, aguentar o maximo possivel as privações, arrastar-me até onde tivesse de arrastar, mas, ser ajudado por outros que nao me fossem os mais proximos, isso não! isso era pensar que me ajudavam para mais tarde me cobrarem um preço muito mais alto, como quase sempre aconteceu na minha vida, e a humilhação sentida nessas alturas, faz com que aceitarmos que nos ajudem terá sempre as letras pequenas dos contractos que nos põem de rastos quando ja deixamos que nos "ajudassem".
Eu de facto, era uma pessoa carregada com estes traumas, porque os vivi nesta vida, e como era demasiadamente orgulhoso, para aceitar ajuda de alguém que em seguida me humilhasse, achava que mais valia humilhar-me ao sofrimento que tinha de passar, a ter de me humilhar a alguém que me ajudaria, mas que a cobrança era bem mais pesada que a divida que até então tinha.
O problema é que, eu sem essa humilhação nao aprenderia as varias formas de me humilharem, e, ao evita-las, nao aprendia como não se deve fazer a ninguém o que eu suportei, e portanto, tinha uma lacuna na minha aprendizagem, que eu evitava de toda a maneira aprender, mas que fui "obrigado" a perceber, para que no futuro, quando ajudar alguém, não magoe as pessoas, como fui magoado.
Esta escolinha da vida, que nos poe tanta dor em cima, que nós resmungamos, retaliamos, protestamos, etc e tal, ensina-nos tanto, mas tanto, que se soubessemos o que nos pode trazer no futuro esses ensinamentos e a felicidade que sentiremos por estarmos a um nivel mais evoluido de pensamento e de actitudes, nos faz sentir um calor e uma força tão grande por dentro, que nos sentimos fundir com o universo, e podemos dizer as montanhas que se movam, que elas movem-se. É claro que há montanhas que nós criamos a nossa volta, que pensamos que são intransponíveis, mas a força do amor, e a força universal, que adquirimos com o amor que damos, ensina-nos que nao ha barreiras intransponiveis, nem obstaculos que não se vençam, desde que consigamos dar os passos necessários a nossa aprendisagem, e ao conheciemento da evolução, no sentido de nos amar-mos uns aos outros o mais possivel, porque quanto mais nos dermos, mais recebemos, quanto mais amar-mos, mais amados somos, e quanto mais nos elevarmos, mais força temos para ajudar os que nos rodeiam a vencer as etapas da aprendizagem.
beijos a quem é de beijos
02 junho, 2005
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