Ontem, enquanto aguarda por uns amigos num conhecido centro comercial, na zona da alimentação, vi um casal com duas filhas que estariam provavelmente a jantar umas sopas, porque provavelmente a mãe, pela cara com que estava, não teria vontade nem motivação para fazer o jantar.
Estive a apreciar aquela família durante mais de meia hora, e depois de verificar que nessa mais de meia hora, a mãe, preocupada com a alimentação das filhas, fazia movimentos de correcção as miudas, mas, quanse nao trocaram uma palavra durante toda a refeição.
O que será que é feito do encanto que eles (pais) tiveram quando se conheceram? Que será feito da partilha que devem ter prometido fazer, e do amor que juraram um ao outro? que será feito do carinho, das trocas meigas enquanto namorados, que é feito do amor que deveria rodear uma família?
O que eu vi, foram caras cansadas, faces estupidamente agressivas, sem tolerancia, onde nao se sentia um sorriso, uma palavra de ternura, de um gesto malandro que fizesse sorrir aquela família, apenas vi a tristesa estampada nos rostos, pelas amarguras de querer qualquer coisa que nao deveria ser assim, e que me deixa triste a mim também, fazendo-me pensar que... apesar de ter tido um casamento estupido, mau, terrivel até, nunca a minha "família" esteve numa situação daquelas enquanto família, porque eu sempre tinha uma brincadeira, um malandrice, um gesto de paciencia e carinho, para que fosse amenizada a dor de um relacionamento que estava no fim.
Posto isto, porque é que se fazem promessas de amor quando não se sentem? para depois passarem uma vida inteira a olhar uns para os outros como se estivessem a cumprir pena de prisão? Para que ter alguém forçado ao nosso lado, sem saber que o é? para depois viver uma vida a estragar outras?
Cá para mim, prefiro continuar solteirinho daa silva, ou divorciadinho da silva, a ter de viver uma vida em familia desta forma, que seria melhor apanhar prisão e ter de apanhar caranguejos com as maos numa ilha deserta qualquer.
Pensem no quanto a vida deve ser vivida e de que forma, e deixem os interesses de lado, porque a felicidade nao se pode obrigar, nem comprar.
beijos a quem é de beijos
15 junho, 2005
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2 comentários:
Nem sempre as certezas de hoje sãos as certezas de amanhã... nem foram as de ontém... também tu pensaste que Amavas alguém, por isso decidiste ter uma familia com base nesse Amor que mais tarde se revelou não existir... não podemos julgar nem ser julgados por uma cara ou actitude. Muitas são as vezes em que nem nós mesmos sabemos definir ou exprimir o que nos vais cá dentro, o que nos motiva a isto ou áquilo, o que nos faz ter este ou aquele gesto.
Se a vida fosse tão simples como Amar sempre e ser Amado, de certo não haveria tanta gente com sombras negras sobre a cabeça...
Posso sempre determinar, quando quero acabar com essa farsa, aliás como o fiz.
Viver em farsas, resulta em tristesa para todos, e penar para todos, e os filhos, esses nunca deveriam penar pelos erros que cometemos, mas enfim, fazem parte de todo um processo de evolução a que eles também nao estão alheios.
Mais vale nao ter nada, do que ter uma mao cheia de nada!
Beijos
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