13 janeiro, 2006

Ensejos

Peço que nao ligues as muralhas
que eu fui construindo esta vida
elas cercam-me, e como canalhas
celam-me no que mais me és querida

peço que entendas que no passado
fui farol que projectei muita luz
fui motor, fui charrua com arado
e nao fui, o que a minha vida traduz

fui bigorna, que aguentou a pancada
fui a forja onde meu aço foi malhado
sofri muito, e ainda sofro um bocado
só espero que tenha tudo do meu nada

fui locomotiva, tractor,
fui avião, fui senhor
fui a lagrima soltada
da lição que trago com dor

o que fui, ja nao interessa
é passado, nao me revolta
so serve para entender o que passa
comigo e com tudo a minha volta!

Se souberes o que ja fui
percebes a minha dor
é que o passado influi
no presente, meu amor!

Beijos a quem é de beijos

2 comentários:

Focke-Wulf disse...

um poema muito bonito onde, a meu entender se procura expor a verdadeira essencia da alma, um pouco existencialista é verdade! Mas sempre bom procurarmos aferir quem somos , de onde viemoe e para onde vamos, não ter medo de bradar aos ceus que sofremos e continuamos a sofrer, mas que independente da adversidade continuamos a lutar!

abraço ao Miro, pelas suas belas palavras, sempre de um sensibilidade no minimo prespicaz!não pares...

Anónimo disse...

Mirito, sempre o mesmo as mesma ideologias, as mesmas utopias, os mesmos sonhos... o mundo gira as pessoas trasformam-se por fora, ganham rugas cabelos brancos, alguns até perdem os dentes... mas nunca a vontade de rir ou pelo menos de sorrir... olhando o mundo com olhos de quem já viveu o suficiente para não enganar nem ser enganado, distribuindo palavras de conforto, carinho amizade e levando o pão à boca daquele que não o têm, mesmo que no seu bolso exista apenas a última moeda...

Beijos qu'eu sei que tu és de beijos...