20 fevereiro, 2007

Rio Douro

Um rio cheio de tanta magia
onde miudos saltam pras moedas
mergulham leito dentro num pavio
regressam de um jogo sem regras

fazem o delirio dos passantes
parecem belos peixinhos a nadar
preseguem o dinheiro por instantes
como se fosse para se alimentar

são a raça da ribeira pobrezinha
que faz gente com valor e com raça
e o turista que por la caminha
ve este frenezim com muita graça

de cuecas floridas a nadar
que nao há dinheiro p´ros calçoes
e saltam mesmo aos trambolhoes
nas ondas acabadas de chegar

ha muita magia neste douro
que ja foi lugar de pescarias
onde se apanhavam iguarias
que valiam mais que um tesouro

hoje sem sável, sem salmão
sem lampreia, que la tinha
apenas se pode ver a tainha
pois ate fugiu o lingueirão

e por causa da poluição
que teima em nao acabar
é assim a ribeira a olhar
dos filhos que prá la vão

nadar por mais um tostão
por mais um pedaço de sorte
arriscam-se a ver a morte
ou apanhar uma intoxicação

e o porto esta nação
de gente pobre e audaz
que faz o que é capaz
e de grande coração

Miro

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