22 junho, 2005

Nos e os outros

Na maioria das vezes, atrevemo-nos a julgar os outros, pelos nossos proprios pensamentos, e pela nossa experiencia.
Quantas vezes, achamos que uma determinada pessoa esta a errar, e que tomamos como certo, que a actitude nao é a mais correcta, e que essa pessoa está com má vontade ou com maldade dentro dela, ainda que essa maldade, nao seja a de prejudicar ninguém mas sim uma actitude de egoísmo.
Quantas vezes, achamos que os que nos rodeiam, nao são suficientemente nossos amigos, porque nao agem como nós gostaríamos, mas sim da maneira que eles acham que deve ser.
Se quisermos pensar nisto, verificamos que afinal o problema nunca está nos outros, mas em nós mesmos, e porque? Porque nao conseguimos estar na situação deles, com os problemas deles, com o raciocinio deles, ou seja, com a actitude mental igual a deles, e em vez de sermos capazes de tolerar e perceber que eles podem estar condicionados no seu pensamento até pelos problemas que os rodeiam, então seríamos capazes de melhor entender, perdoar, e aceitar os outros, e julga-los menos do que o fazemos.
Quantas vezes, sem dar-mos conta, exercitamos pouco a benevolencia, e agitados por esta vida de stress, apressamo-nos a jular, e a tomar partidos que na maioria das vezes, passado algum tempo, somos obrigados a perdoar e a pedir desculpas, pelo apressado julgamento que fizemos e com os poucos dados que tinhamos.
Quantas vezes, dizemos que um amigo ou companheiro agiu mal, e nao somos capazes de perceber que ele anda perdido, que lhe falta amor, que lhe falta uma mão que o ampare, e lhe indique o caminho, embora na maioria das vezes, esses mesmo que andam perdidos, agem com egoísmo e com impulsividade contra nós que os queremos ajudar, fazendo com que na maioria das vezes os abandonemos por causa das actitudes que tomam connosco.
Mas, nessa altura e que é caso para perguntar, se a amizade tem medida, ou se é um estado de alma de entrega? e nesse caso, porque abandonamos o nosso amigo na altura em que ele nao consegue ter calma e serenidade para entender que mesmo revoltado contra nós, o queremos é ajudar? eu sei que não é fácil, mas nao será que é nessa altura mesmo que devemos dar o nosso melhor e tentar que ele venha até nós, se acalme e perceba que afinal lhe queremos bem?
Se fossem voces os desiquilibrados, como gostariam que vos fizessem? se fossem voces que estivessem a ficar isolados dos vossos amigos por essa razão, o que gostariam que os vossos amigos vos fizessem?
Pensem nisto e esforcem-se por fazer deste mundo, um pouco melhor, ou pouco mais amavel, um pouco só de mais amor.
beijos a quem é de beijos

2 comentários:

Holland disse...

Na minha opinião só podemos tomar essa atitude em relação a alguém que tenha 'provas dadas' de amizade ou que seja uma pessoa bem intencionada. Temos que saber com quem tamos a lidar para poder perdoar, tolerar, compreender qualquer qualquer gesto ou palavra que nos deixe menos satisfeito. Com o resto das pessoas não dá para ter esse tipo de tolerância, há que cortar o mal pela raíz, e isso pode-se fazer com explosão ou com requinte :)

Undisclosed disse...

Eu cá não julgo ninguem, nao sou juiz de profissao nem o gajo lá de cima que pode julgar toda a gente, às vezes melhor que julgar é mesmo aconselhar porque nao se corre o risco de estarmos a dizer aos outros aquilo que nao fazemos nós. ;)