02 setembro, 2006

Feitiço

Quantas vezes cantei esta canção a sentir que a cantava para alguém muito importante da minha vida. Hoje quando a canto, ainda sinto a emoção do primeiro dia, no entanto, ja muita agua correu por baixo do moinho, e ja muita coisa aconteceu, que faz com que a envolvencia que ela tinha e o seu grau de pureza esteja hoje mais desfalecido, ou pelo menos, menos intenso.
Sempre que damos algo a alguém, seja la o que fôr, acreditamos que pelo menos naquela altura o damos porque a pessoa a quem damos o merece, e damos com a forma inteira do universo, como se nao houvesse nada para além, no entanto, quanto maior é a dadiva, quanto maior é a entrega, naturalmente maiores sao as dores e a revolta, quando afinal sentimos na pele que se calhar nao era bem assim, que se calhar, afinal, toda a entrega e toda a força com que demos, estava apenas vinculada a um momento, ou a uma ilusão temporal.
Não quero acreditar que tenha sido uma ilusão temporal, ou que apenas fez parte de uma fantasia em dó menor, e que hoje, ao olhar para a situação possa dizer em consciencia que assim é, no entanto, fica a aprendisagem soberana que ja trazia comigo, que é nem mais nem menos, que vale a pena darmo-nos, que vale a pena entregarmo-nos, porque se assim nao fosse, nunca teríamos sentido a emoção e a força dos sentimentos, e mesmo que esbarremos contra uma parede de betão, fica a certeza e nunca a dúvida, de que... se eu me tivesse dado, se calhar teria sido diferente... ao invés de pensarmos que... se no me tivesse dado, nao saia machucado.
E é por aí que irei sempre, nao quero de maneira nenhuma arrepender-me do que me dou as pessoas, ou do amor que lhes disponho, e se me esbarrar, pelo menos poderei dizer que tenho a consciencia tranquila, e se nao souberam aproveitar problema deles, pois eu, estarei sempre de coração aberto, sempre pronto a amar, e se nao for hoje, sera amanha, que alguém saberá aproveitar o que se lhe dá, sem reservas, e com a vontade de não perder o que é cada vez mais raro, que é o amor, a fidelidade, a seriedade, a ternura, o carinho, a preocupação com o outro, enfim, o amor na sua verdadeira e excelsa forma.
Como dizia, quando estamos de consciencia tranquila, so devemos resignar-nos (embora essa seja a minha parte dificil) e esperar que as divinas sabedorias se encarreguem de nos por a frente, o que é merecido por nós, e o que é melhor poara nós, e nao entrarmos em parafuso, como eu tantas vezes entro, por saber quanta maldade encoberta por aí anda a estragar a felicidade dos outros, quantas pessoas agem por sua vontade para estragar a vida a terceiros, mas, no entanto, como tudo na vida, acabam por se denunciarem, e acabam por serem descobertos, muito mais quando temos Jesus connosco a indicar-nos o caminho, e a mostrar-nos as pedras que sao colocadas a nossa frente.
O conselho que vos deixo é, estejam sempre no bom caminho, sempre nos bons pensamentos, esqueçam a vaidade e o orgulho e o egoísmo (sei que é dificil), e verão que se estiverem com Deus, acabam por terem a vossa frente tudo o que merecem, e toda a verdade que poderia estar escondida, mesmo aquelas em que nos é muitas vezes dificil de acreditar.
Podem mesmo dar cabo da nossa vida durante muito tempo, podem mesmo fazer com que as nossas energias se derrubem e a maioria das vezes caimos, mas nao o podem fazer eternamente, pois Deus só o permite para a nossa evolução, e quando ja estamos no caminho, raidamente deixam de poder fazer-nos mais mal.
Posto isto, posso cantar com a mesma emoção, e se nao apanhar o coração que penso que é o meu, então aparecerá outro coração que me pertencerá.

Beijos a quem é de beijos

Miro

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