22 março, 2005

Direito em linhas tortas

Um dia destes, deixei o meu carro na praça do marquês, para ir a uma reunião. Saio da reunião e qual não é o meu espanto, tenho um pneu rebentado, e que pelo adiantado da hora, se fosse ha uns anos atras, eu praguejar por quantas tinha, porque depois de ter dado o meu melhor a sociedade, depois de ir a uma reunião que tem tudo a ver com o divino, porque raio de sorte a minha, haveria de ainda por cima ter um pneu rebentado. Ora, quando vi a situação, pensei cá para mim... o que é que me querem advertir desta vez... que coisa mais grave aconteceria se o pneu nao estivesse em baixo? Fui mudar o pneu, e quando acabo de o tirar para fora, verifico que na parte interior, e nao foi por onde ele furou, tinha um papo, uma deformação, de tal forma grave, que a velocidade que normalmente eu ando, poderia acontecer uma catastrofe.
Então, penso eu, os meus amiguinhos devem ter arranjado maneira de me alertar furando-me o pneu, metendo-me no caminho de um prego, para que o resultado não fosse o rebentar a alta velocidade, mas sim estacionado a esvasiar-se lentamente. Já repararam a ingratidão que seria se eu tivesse praguejado? qual de nós seria capaz de depois de tal feito em prol de alguem, ainda ter de ouvir praguejanssos, raivas e coisas afins, sem se revoltar e passar ao ataque dizendo: ai é? ai ainda por cima praguejas... então vais levar para aprender... mas não, normalmente praguejamos, enchemo-nos de raiva, e os nossos amiguinhos invisiveis, ficam com um sorriso na boca dizendo... coitados são ainda muito ignorantes, perdoem-lhes que não sabem o que dizem... e cheios de bondade, la estão disponiveis para mais uns quantos praguejanços, e para umas quantas raivas que soltamos, e eles sempre serenos, a olhar por nós, e a tentar com que pensemos de outra maneira, e sejamos capazes de ser mais dóceis, de amarmos mais os outros, de pensarmos como eles pensam, que a maioria das vezes que nos tratam mal, não é por maldade intrinseca, mas por ignorância. É lamentável, ver muitas vezes pessoas que se deviam amar, a tentar fazer guerras dentro de casa com os que lhe são mais próximos, e quantas vezes vemos pessoas a discutir por coisas tão estúpidas como uma simples pasta de dentes fora do lugar dela? Já perceberm que a maioria das vezes que os casais discutem, se houvesse um pouco de amor, só um pouquinho, em vez da discussão seria um sorriso solto que traria outro de retorno? Vejamos a situação seguinte: O marido cgeha a casa de banho e deixa a pasta de dentes na beira do lavatório, a esposa que gosta de tudo arrumado e asseado, dia ao marido com ar irritado que está farta de lhe dizer que a pasta de dentes tem um lugar e que esta farta de ser ela sempre a arrumar as coisas. Ora, o marido sendo uma pessoa que está mais virada para o pratico e para o fundamental, acha que a pasta de dentes pode ficar onde quer que seja que nao é importante para a felicidade deles, mas, com esta atitude, acaba por contribuir para o desentendimento entre o casal. Agora vejamos o oposto: O marido chegou a casa de banho e deixou a pasta de dentes na beira do lavatório em vez do seu lugar, a esposa, sabendo que o marido é um despistado, chega cheia de ternura a beira dele, da-lhe um beijo e diz-lhe: Marido, enquanto nao colocares a pasta de dentes no lugar certo, tens o castigo de me levar ao colo da casa de banho até ao quarto. Ou seja, em vez de discutirem, arranjam motivos para ele a amar, e ele porque de certeza que nao lhe vai apetcer carregar todos os dias com a mulher... prefere que ela vá pelos seus meios, acaba por por a pasta de dentes nos sitio, fazendo com que deixe de haver motivos para a discussão. E simples não é? Basta amar! e amando, semeia-se amor,e semeando ha-de colher-se o que se semeou, e se regou direitinho. Amar não é assim tão complicado, e se quisermos, com pequenos actos de amor, mudamos o mundo.

Beijos a quem de beijos!

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