14 março, 2005

Posturas

Lembrei-me de um hino que é para mim a força de viver que nos dias amargos me sustenta. Este hino, cantado pelos presos politicos de caxias, do qual vou apenas transcrever uma pequena parte, significa que, nada nem ninguém deve humilhar a nossa alma, esmagar os nossos sentidos, e sabermos que ha sempre um amigo do lado de lá, para nos ajudar a enfrentar as nossas provações! Passo a descrever:

Podem calar meu corpo á chicotada
Podem calar meu grito enrouquecido
Para viver de alma ajoelhada
Vale bem mais morrer de rosto erguido

Va camarada mais um passo
Ja uma estrela se levanta
Por cada fio de vontade são dois braços
Por cada braço uma alavanca!

Se repararem bem, o que o poema nos transmite, é uma força incrivel, demosntrando por um lado que não ha nada mais importante que a nossa dignidade, e por outro lado que nunca estamos sozinhos na nossa caminhada, tendo sempre alguém que nos dá uma mão e que nos ajuda a vencer as pedras do caminho, e isso faz-me lembrar um outro poema do Poeta Manuel Alegre, que diz na sua ultima parte:

mesmo na noite mais triste,
em tempo de servidão
ha sempre alguem que resiste
ha sempre alguém que diz não!

Não podemos vergar a nossa dignidade a ninguém, não podemos aceitar que ameacem a nossa dignidade, não devemos aceitar vergarnos ao orgulho ou vaidade seja de quem fôr, não devemos servir de tapete a ninguém, ainda que daí, possamos perder alguma da nossa felicidade, porque, se vivermos subjugados, nunca poderemos ser felizes, e não ha ninguém que esteja feliz, sabendo que nao é livre de dizer o que sente e o que pensa!
isto serve para dizer também, que o medo não tem côr, que é apenas e somente um bicho que as vezes somos nos que o criamos, e portanto, desde que a nossa consciencia esteja tranquila, não devemos ter medo de amar, de dar amor, de ser felizes, e nunca aceitar ameaças, seja de quem fôr, ainda que seja de alguém que muito amamos, comigo por exemplo, que seja o meu Pai. Ainda que seja o meu pai a ameaçar-me seja do que fôr, eu nunca o admitiria, apesar de adorar o meu velho, meu querido, e meu amigo!
Beijos a quem é de beijos e abraços a quem é de abraços, sem receios e sem medos, e biqueiros a quem é de biqueiros!

O amor ha-de sempre vencer ainda que haja muita gente que não queira!

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