15 março, 2005

Riqueza

O que se pode dizer de se ser rico? que ser rico e ter muito dinheiro, ter muitas quintas, ter muitas coisas? Ou por ventura, será ter saúde, ter felicidade, ter amor, ter uma vida cheia de amigos, de momentos de ternura?
Pois é, eu cá para mim, continuo a pensar que o dinheiro me faz falta, para viver condignamente, para nao ter dívidas, para honrar a minha família e eu próprio, para comprar as coisas de que necessito, e para partilhar com os meus amigos uns repastos regados, ao sabor de uma musica tocada e cantada por nós. deve ser por estar nos meus momentos mais angustiantes em termos financeiros, que posso falar do que vou falar em seguida, sem poder ser acusado seja do que fôr, exactamente porque dinheiro, não tenho, quintas, vou tendo uma por semana, e acessórios, ainda vou tendo os que necessito, embora nao os que preciso.
Assim sendo, olho para a maioria das pessoas que me rodeavam a alguns anos (quando a prosperidade estava comigo), e vejo-os com dinheiro, com quintas, terrenos, carros etc, mas nao consigo ve-los felizes. Vejo-os a vaguear pela vida, contando as horas e os dias que passam, esperando que o fim do mes chegue e o ano após ano passem, sem que sintam que cada minuto, é um turbilhão de sangue que nos corre nas veias.
Por esta razão, olho para mim que nao tenho o que já tive, tendo apenas propriedades que nao me dão de comer, e nao ha ainda ninguém que as compre, e vejo-me sem dinheiro, sem as ditas cujas quintas, sem os bens materiais, mas........ vejo-me rodeado de verdadeiros amigos, vejo-me acalentado por pessoas de quem nao esperava, e vejo-me a sorrir, cada minuto da minha vida, pelas alegrias que os que me estão próximos me dão. Pergunta-se, mas então és feliz?, e a minha resposta é, que sim, sou muito feliz, embora para culminar a minha felicidade, necessitava de ter regularizadas as minhas dívidas, e ter a minha fonte de rendimento a voltar a ter o que perdi a 10 anos, para complementar com os tais copos, e os tais manjares que as vezes e mesmo assim ainda se fazem. Posto isto, se por acaso mesmo nesta situação, em que até para comprar comida é preciso ginastica, se eu conseguiria ter mais uma pessoa comigo, eu diria que sim, na maior, se ela se furta-se as coisas boas (materiais) da vida, e consegui-se viver, com o que eu poderia dividir. Mas a pergunta é: é isso que queres? resposta minha na ponta da lingua... NÃO!!!
E porque?... Porque a uns anos atras, mandei embora alguém que me tocou imenso na alma, porque sabia que ia passar mal, e que tinha a sua vida bem fornecidada de bens materiais, e eu sabia que iria perdendo a possibilidade de lhe dar o que ela estava habituada a ter, e sabia que teria de passar privações imensas, e por esse motivo, nao queria dividir as amarguras com essa pessoa, pois para mim amar, nao é querer mal, mas sim ainda que muito nos custe, ver a pessoa bem, sem privações, e de preferencia se não fôr pedir muito com um sorriso nos lábios, ainda que tenha de comer alguns elefantes, e deixar aqueles que lhe querem bem, despreocupados, pois não é fácil a um pai ou mãe, ver os seus filhos a passar privações depois de terem tido tudo, e falo por mim que é assim que os meus pais infelizmente sentem.
É claro que alguns dirão que isso pode ser confundido e que nao é amor, porque amor seria uma cabana com alguém la dentro que amassemos, e dividissemos as amarguras e as alegrias com essa pessoa, o que portanto, teria de ouvir a outra parte e nao tomar decisões arbitrarias, e unilaterais, pois a parte envolvida poderia achar que o que teria seria suficiente, mas, eu acho que não, porque exactamente ver a pessoa a quem eu quero bem sofrer privações, iria aumentar a minha dôr, e nao poderia ser feliz por isso!
Espero que entendam o meu ponto de vista, e percebam, que eu um dia destes tereia minha vida de volta, e não vai tardar muito se Deus quiser, e aí o problema deixa de existir!

Já agora, vale a pena pensar nisto!

Miro

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