16 março, 2005

Ter ou não ter

Há pessoas que não sabem a sorte que teem. Muitas pessoas, julgam perder o que nunca tiveram, e ainda por cima, por ignorancia, sofrem por isso. Cá para mim, Deus escreve sempre certo por linhas tortas, e devemos agradecer a ajuda que temos mesmo quando nos parece que está a ruir tudo a nossa volta.
Dando alguns exemplos, passo a descrever:
Aqui atrasado, tive um problema grave com uma leasing que me veio buscar a maquina principal da minha fábrica por falta de pagamento, se eu fosse uma pessoa de pouca fé e mal estruturada, iria sentir na altura um desespero e uma angústia sem paralelo, porque iria ter dificuldades acrescidas para conseguir sobreviver neste mundo cão cheio de oportunistas e ladrões, mas, o caso é que não, não fiquei desesperado e pensei.... tinha uma empregada que queria ver sair pela porta fora, e que foi a pessoa responsavel financeira pela empresa até que voltei a tomar conta dela, e que me poderia fazer ainda mais mossas se a manda-se embora.
Com a saída da maquina, tal senhora, vendo que o barco começava a estar sem leme e sem motor, que ja metia agua por todos os lados, fez como fazem os ratos e fugiu, despedindo-se sem que eu tivesse de nada fazer. Se me perguntam se a saída dela, pode ser comparada ao sofrimento de perder a maquina que me foi retirada, posso apenas dizer-vos que se perde-se mais qualquer coisa, e soubesse que a finalidade era a saída dela, sem conflitos, eu perdia. O problema está que quando perdemos uma coisa que achamos que temos, ficamos com ansiedade, com dôr, e normalmente não sabemos avaliar o que de bem nos fazem libertando-nos de outras bem mais graves, para depois poder-mos estabilizar as coisas e ter força para vencer de novo e ser felizes.
O recado que vos posso deixar é que, ninguém perde o que não tem, ou seja, ninguém perde um amor que nunca teve, ninguem perde quando a ilusão nos cria uma coisa e ela de facto com o tempo revela-se outra, e quando encontramos a paz, verificamos que o que tinha-mos era tão mau e ficamos tão cegos, que mesmo o que é obvio e está escarrapachado a nossa frente, recusamo-nos a ver o quanto mal estavamos, a dor que sentiamos sem dar conta, as humilhações a que estava-mos sugeitos, as pressões esmagadoras, que nos pareciam esmolas dadas, a sacanagem que nos faziam e nos faziam sentir que era para nosso bem, e no meu caso, que até roubado fui, ainda a ser roubado me diziam que me estavam a ajudar.
Por estas e por outras é que esta merda de pessoas as vezes mereciam levar dois pares deles, estalos veja-se bem, e deixarem se nos fazerem sentir que temos, aquilo que de facto e realmente nunca tivemos.

beijos a quem é de beijos!

Miro

1 comentário:

Undisclosed disse...

Ora nem mais...o problema é quando tendemos a ser egoistas e não queremos ver o que nos mostram e eu por mim falo...de qualquer maneira saber já é metade do caminho, o resto é querer... Um abraço gajo