Estes dias, tenho passado mais tempo na cidade de Rio Tinto, e, andando pelo meio da multidão, vou reparando nas caras, umas mais conhecidas que outras, mas, todas muito apagadas e tristes, e outras, sem luz nenhuma, e com espressões que mais parece que vai haver uma guerra civil.
Noutros tempos, em que ia até a igreja, e passava na Caloust Gulbenkien, via os sorrisos e os cumprimentos entre as pessoas vizinhas, e a alegria com que o faziam, sem olharem a diferenças sociais, sem olharem a quem. Hoje, pelo olhar das pessoas, reparo que ninguém comprimenta ninguém, que ninguém olha para ninguém, e que trazem o olhar pesado, com semblante carregado, e com a expressão de.... que venha o primeiro que até o mato. Ora, para mim, é terrível ver que a terra que eu deixei a 20 anos, e que era quase um paraíso nas relacções entre as pessoas (tinha orgulho nisso), parece ter sido invadida, pelas actitudes sombrias e revoltadas, da periferia de lisboa, onde ninguém ajuda ninguém, onde se alguém vir alguém ser assaltado, fogem, onde se virem alguém deitado no chão ainda lhe roubam a carteira. Sempre tive receio que lugares como a minha terra, descambassem para dormitórios pobres, de gente pobre, não de dinheiro, mas de actitudes, porque antes, os pobres, com a sua humildade e postura, eram apreciados por todos os outros, e digo isto, porque sou filho de uma família de gente muito humilde, mas que sempre teve o respeito e a admiração dos mais afortunados, e mesmo das pessoas mais altivas e cagonas que por la grassavam e grassam ainda.
A tristesa com que olho para a face das pessoas, e vjo esse ódio estampado nos rostos, de quem queria ter um palácio mas vive num caixote de betão, revoltado por não ter um jaguar, porque tem uma bicicleta de pedal, mas que vem cheio de verniz nas unhas, e de greese no cabelo, todo na linha da moda, mas sem amor, sem alegria, sem calor, sem luz etc e tal.
Se pensassem que a humildade é o melhor caminho para se ser feliz, talvez pensassem que ser humilde de recursos, ser pobre financeiramente, não é obrigatório ser pobre de pensamentos e actitudes, pois na maioria das vezes, são as pessoas humildes que são as mais altruístas, são as pessoas pobres que são as mais humanas, são os que não teem recursos financeiros que mais nos dão.
Se pensassemos que não vale a pena carregar ódios pelo que não temos, mas se dermos graças pelo que temos, então o mundo gira de uma forma melhor, porque se avaliaria as pessoas pelo que são, e nao pelo que têem ou querem ter. Em vez de se avaliar as pessoas pelas grandezas monetárias, ou materiais, avaliarse-ia as pessoas pelas suas grandezas morais, e pelas suas actitudes de nobreza, e pela solidariedade que dispõe para com os outros seres seus iguais.
naturalmente que para um egoísta, quanquer detas actitudes ou pensamentos, são estupidez, porque acham que merecem sempre ter mais que os outros, e que pensam que são sempre mais importantes que todos os outros que os cercam, não avaliando correctamente a situação, e caindo no erros de ultrajar as vezes, aqueles que são moralmente muito melhores que eles, e que pela sua humildade, não tentam sequer mostrar mais do que são, e as vezes, nem se defendem das atrocidades de que são acometidos, porque nos seus corações, não há entendimento, para tanto ódio, para tanta raiva, para tanta falta de amor.
Perguntarme-iam, como se pode inverter estas situações, as quais eu responderia que, com facilidade se inverte estas tendencias, basta apenas que cada um de nós queira mostrar que se pode ser diferente, que se pode viver com mais alegria e com mais amor se todos juntarmos os esforços para que as dores dos nossos vizinhos não sejam tão grandes, e que as partilhem connosco. Se assim fôr e cada um de nós der o primeiro passo, e quiser pensar que se der um pouco aos outros, fará com que o movimento do amor, entre numa roda que não volta atras, e que segue sempre na mesma direcção, e que se hoje ajudamos uma vizinho a não cair, amanhã serão outros a ajudar-nos a nós, e nunca acabaremos sozinhos numa cama, seja ela de casa ou de um hospital.
Já agora vale a pena pensar nisto.
25 julho, 2005
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